dor da mulher

Dor da mulher não é tão levada a sério quando do homem em serviços de emergência, aponta estudo

Segundo o estudo, a dor da mulher é menos medicada e seus relatos são menos registrados por médicos e enfermeiros, independentemente do sexo dos profissionais

A impressão de não ser levado a sério na emergência médica não é algo raro de se ter, tanto entre homens quanto mulheres. Um estudo recente, no entanto, demonstrou que existe, sim, descrédito de sintomas relatados por pacientes, especialmente em quadros de dor – mas a maioria dos casos ocorre com mulheres.

Saúde não leva dor da mulher tão a sério quanto dos homens

Após a análise de mais de 20 mil dados relacionados a condutas médicas com homens e mulheres relatando dor na emergência hospitalar, um estudo recente sugere que a dor de mulheres não é levada tão a sério quanto a dor de homens nessas situações.

Publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, a investigação levou em conta dados de pacientes em Israel e, para tirar a prova, dos Estados Unidos também. Em ambos os países, houve diferença significativa entre o tratamento dado a homens e mulheres que buscaram o serviço de saúde relatando dor.

Mulher doente e descansando (Crédito: kroshka__nastya/Freepik)

Menos medicação e menor número de registros do nível de dor

O estudo aponta, por exemplo, que mulheres têm chances menores de receber medicação para dor. Isso se provou real inclusive em casos nos quais homens e mulheres relataram o mesmo nível e tipo de dor. Em números, 38% das mulheres receberam algum tipo de medicação para dor, contra 47% dos homens em situações similares.

Além disso, mulheres têm 10% menos chances de ter sua descrição da dor em escala de 0 a 10 registrada por enfermeiros. Elas também tendem a passar 30 minutos a mais na espera – e tudo isso foi confirmado inclusive com um teste feito com 109 profissionais da área. Nele, esses profissionais tiveram de descrever como lidariam com determinados casos, e a maioria demonstrou julgar a dor feminina como menos intensa.

Moça com dor de cabeça (Crédito: Drazen Zigic/Freepik)

Os dados não variaram, inclusive, a partir da diferenciação de sexo dos profissionais. Independentemente de serem homens ou mulheres, o viés se manteve.

Ainda é necessário seguir com a investigação, utilizando uma amostragem maior e analisando também dados de mais países. Ainda assim, o estudo reforça hipóteses já levantadas anteriormente de que mulheres são, até mesmo no sistema de saúde, vistas como dramáticas e exageradas.

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