Atriz usou a técnica para se preparar para um filme, mas é preciso frisar: o jejum intermitente de 24 horas é perigoso e pode prejudicar gravemente a saúde
Durante a preparação para dois filmes, Carolina Dieckmann recorreu a uma técnica que divide opiniões para perder peso. Segundo a atriz, ela fez jejum de 24 horas, processo que requer dias sem comer intercalados com dias de alimentação livre. Entenda abaixo o que acontece no corpo durante esse processo e quais os riscos atrelados a isso.
Carolina Dieckmann revela jejum intermitente de 24 horas
O jejum intermitente é um modelo alimentar que ganha cada vez mais adeptos. Ele se resume a uma restrição dos períodos do dia em que é permitido comer, e há uma série de modelos diferentes. A pessoa pode, por exemplo, jejuar por 12 horas e, nas outras 12, se alimentar. Há, porém, modelos mais extremos, como o de 24 horas, em que a pessoa se alimenta dia sim, dia não.
Sem especificar por quantos dias aderiu ao modelo, a atriz Carolina Dieckmann revelou que, recentemente, fez o jejum de 24 horas. A tática, segundo ela, foi a escolhida para um processo de emagrecimento radical para a caracterização de personagens. Inicialmente, a ideia era perder peso para atuar no filme “Pequenas Criaturas”, mas ela decidiu manter o peso também para uma personagem física e emocionalmente esgotada em “Descontrole”.
“Achei que era legal trazer esse esgotamento para o físico, ter realmente uma cara mais abatida, um corpo mais desgastado. Achei que a magreza trazia uma amplitude n que eu queria interpretar”, disse ela ao “Gshow”. No filme, a personagem de Dieckmann vive uma escritora com bloqueio criativo, crise no casamento, dificuldades na criação dos filhos e vício em álcool.
Segundo a atriz, no caso dela, não houve dificuldade no processo de emagrecimento, que resultou na perda de 8 kg. “Como tinha feito jejum de 24 horas, que é muito radical, não voltei a comer como comia antes e de alguma forma esse peso se manteve. […] Não tenho muita dificuldade nem para emagrecer, nem para engordar”, declarou a atriz.
Jejum intermitente de 24 horas é seguro?
Diversos estudos apontam possíveis benefícios na prática do jejum intermitente. Apesar de ele ser, em geral, usado para perda de peso (visto que restringe o consumo calórico), há indícios de que ele também melhora a saúde de forma geral. Especialistas alertam, porém, que esse modelo alimentar não agrada e não faz bem para todos.
Já foi apontado, por exemplo, que o jejum intermitente melhora a sensibilidade do corpo à insulina (reduzindo, portanto, o risco de diabetes), a saúde cardiovascular, e confere equilíbrio hormonal. Isso, no entanto, varia diante de uma série de fatores como:
- Estado clínico geral do paciente;
- Doenças pré-existentes;
- Diagnóstico de transtornos alimentares;
- Estilo de alimentação;
- Prática de atividades físicas.
Isso vale tanto para o jejum intermitente com intervalos menores quanto para o de 24 horas – mas esse tipo de técnica, especialmente quando envolve intervalos mais longos, requer muita atenção devido aos riscos que carrega.
Riscos do jejum intermitente de 24 horas
Segundo informações veiculadas pelo Hcor, o jejum intermitente promove, em geral, o que se chama de catabolismo proteico. Isso significa que, além do corpo usar a glicose do fígado, ele também busca glicose nos músculos diante da falta desse “combustível” na alimentação. Esse cenário gera perda de peso, mas também pode trazer outras consequências.
Isso porque, nesse processo, pode haver perda de massa muscular, o que normalmente não é desejável. Além disso, por ser uma técnica extrema, ela também dificulta a manutenção do peso alcançado a depender do perfil alimentar e genético da pessoa. Isso pode levar, por exemplo, a um rápido ganho de peso após o fim da prática, e o indesejável efeito sanfona.
Além disso, fazer jejum intermitente não significa comer de forma desordenada no período em que é permitido. É preciso balancear os grupos alimentares corretamente e, a depender do objetivo do paciente, elevar o consumo de alguns deles. Isso porque “quebrar” o jejum de forma inadequada pode levar a uma série de problemas.
Alguns dos riscos do jejum intermitente – especialmente por períodos longos – para quem tem questões de saúde que inviabilizam a prática, não faz acompanhamento médico ou realiza a técnica de forma inadequada são:
- Desidratação e desnutrição;
- Reforço de distúrbios alimentares;
- Alterações de humor;
- Baixo nível de energia, impedindo tarefas diárias ou atividades físicas;
- Suscetibilidade a infecções por fragilidade do sistema imunológico;
- Hipoglicemia;
- Queda do metabolismo.
Assim como qualquer outra restrição alimentar ou dieta radical, portanto, o jejum intermitente deve contar com o auxílio de um especialista na área para preparo, orientação e acompanhamento.