A doença de Adriane Galisteu é a síndrome do piriforme, condição mais comum em pessoas que praticam atividades como corrida e ciclismo
Após sentir uma dor forte e profunda na região glútea, a apresentadora Adriane Galisteu foi diagnosticada com uma condição relativamente incomum. Se trata da síndrome do piriforme, problema que costuma afetar atletas – especialmente aqueles que, como a apresentadora, praticam corrida, ciclismo ou outras atividades de movimento repetitivo das pernas.
Entenda abaixo o que é a condição de Adriane Galisteu, quais foram os primeiros sinais notados por ela e mais informações úteis de prevenção e tratamento.
Adriane Galisteu descobre síndrome ao sentir dor após treino

Usando as redes sociais, Adriane Galisteu preocupou fãs ao relatar uma dor estranha no glúteo e em uma das pernas. Segundo ela, mesmo com uma injeção forte para dor e medicamentos anti-inflamatórios, ela seguia com a impressão de que tinha de “arrastar” a perna para andar.
“É uma dor muito estranha, não consigo explicar. Não é nas costas, não é na lombar, e meio que aqui do lado na perna inteira”, disse ela, detalhando a sensação. “Tenho a sensação de que enfiaram uma faca na minha perna e, de vez em quando, alguém dá uma giradinha. Me dá cada choque!”, descreveu a apresentadora.
Posteriormente, após exames, ela descobriu se tratar de uma condição não tão conhecida fora do meio médico: a síndrome do piriforme. “Gente, descobrimos o que eu tenho. Nunca tinha ouvido falar disso. [O músculo piriforme] fica do lado do [nervo] ciático, é um músculo que fica lá dentro, profundo, no quadril. Quando fiz meu agachamento, desandou”, declarou ela.
Síndrome do piriforme: o que é a doença de Adriane Galisteu?

De acordo com informações da Cleveland Clinic, a síndrome do piriforme é uma condição que afeta tanto a parte musculoesquelética do quadril quanto a parte neurológica. Isso se deve ao fato de que o problema começa no músculo piriforme, um músculo profundo da região glútea, mas causa sintomas ao pressionar o nervo ciático, que vai da lombar até os pés.
O piriforme é um músculo que liga a pelve ao fêmur, principal osso da coxa. Ele está envolvido nos movimentos de rotação do quadril e, quando se inflama, tem espasmos ou sofre um estiramento, pode pressionar o nervo ciático. Como esse nervo percorre parte das costas, o quadril e as pernas, os sintomas tendem a se manifestar em uma área extensa.
Estima-se que a doença de Adriane Galisteu seja a causa de apenas 0.3% a 6% dos casos de dor ciática. O diagnóstico da condição pode ser difícil justamente pelas semelhanças com os sintomas de outras condições que também afetam o nervo, como a compressão dele por hérnia de disco, por exemplo.
Por que é comum em atletas?
Atletas ou pessoas que praticam atividades físicas intensamente estão mais sujeitas a ter síndrome do piriforme. Isso porque atividades intensas e repetitivas como agachamentos, corrida, saltos e ciclismo têm maior facilidade em lesionar ou hipertrofiar o piriforme. Isso, por sua vez, favorece a compressão do ciático pelo músculo.
Além disso, a síndrome é a ainda mais comum em atletas que têm algum tipo de desequilíbrio muscular, que não se aquecem ou alongam adequadamente antes da pratica ou fazem certas atividades com excesso nas cargas ou na frequência.
Causas da síndrome do piriforme
As causas dessa condição de saúde incluem:
- Inflamação ou inchaço do músculo piriforme;
- Espasmos musculares que aumentam a pressão interna do músculo;
- Lesões no glúteo ou no quadril;
- Formação de aderências ou cicatrizes musculares;
- Variações anatômicas do músculo ou do nervo ciático (anomalias no trajeto do nervo, por exemplo);
- Sobrecarga mecânica repetitiva sem a recuperação adequada;
- Hábito de ficar sentado por períodos prolongados.
Sintomas da doença de Adriane Galisteu

Nem todos os pacientes diagnosticados com a doença de Adriane Galisteu tem os mesmos sintomas. Ainda assim, é possível citar entre os mais comuns:
- Dor unilateral ou bilateral na nádega;
- Dor que irradia para a parte de trás da coxa, panturrilha ou perna;
- Formigamento, queimação ou pontadas no trajeto do nervo;
- Sensação de choque elétrico ou “facada” na perna;
- Piora da dor quando se fica sentado por muito tempo, ao subir escadas ou fazer outros movimentos envolvendo o quadril;
- Limitação da mobilidade do quadril;
- Fraqueza ou dormência na perna.
Prevenção e tratamento da síndrome do piriforme
Não existe uma forma específica de prevenir a síndrome do piriforme. Assim como qualquer outra lesão musculoesquelética, a prevenção está ligada especialmente a cuidados na prática de atividade física, preparação correta e fortalecimento.
- Reduzir o risco envolve, por exemplo:
- Não pular o aquecimento nem o alongamento antes do treino;
- Fortalecer adequadamente o quadril e o core;
- Fazer a técnica correta de agachamento, corrida e ciclismo;
- Evitar longos períodos sentado;
- Usar calçados esportivos adequados;
- Progredir cargas e intensidade dos treinos gradualmente, sem excessos ou pressa.
Já o tratamento da síndrome do piriforme varia de acordo com a causa e a extensão dos danos. A fisioterapia, por exemplo, é parte do tratamento conservador para ajudar a reduzir a tensão no piriforme, corrigir desequilíbrios e melhorar a biomecânica do quadril e da coluna.
Além disso, pode se utilizar remédios tanto por via oral quanto por aplicações no próprio músculo. Nesses procedimentos minimamente invasivos, é possível levar corticoides e até anestésicos diretamente até a fonte da dor, reduzindo a inflamação e a dor mais rapidamente.
Em casos nos quais o paciente não responde bem ao tratamento conservador, pode ser necessário fazer uma cirurgia para descomprimir o nervo ou retirar parte do músculo.