Mulheres nunca foram estimuladas a conhecer seu corpo. Além dos aspectos culturais, a anatomia feminina também dificulta o autoconhecimento. Isto porque, diferente dos homens, grande parte do seu sistema reprodutivo é interno e, por isso, fica difícil identificar algumas partes sem se tocar. O colo do útero é uma dessas regiões que, embora muitas achem que seja distante (muito dentro do corpo) e intocável, pode ser sentida com os dedos e até vista.
O que é o colo do útero

Conhecido também como cérvice, ele é, como o nome popular sugere, a parte mais baixa e estreita do útero. Além de ligar o órgão ao canal vaginal, é por ele que desce o sangue proveniente da menstruação e o bebê no parto vaginal. Por lá também entram os espermatozoides (que se encontrarão com o óvulo na tuba uterina).
Como é o colo uterino?

Parecido com uma rosquinha, com formato cilíndrico, seu comprimento varia entre 2 e 3 cm. Diferente do corpo do útero, onde o bebê se desenvolve quando a mulher está grávida, o colo tem um canal de menor diâmetro – ou seja, mais estreitinho.

Como sentir o colo do útero

A região, que delimita o final do canal vaginal, tem sua altura (baixo, médio ou alto), textura (duro, macio ou esponjoso) e abertura (fechado, médio ou aberto) alteradas de acordo com a fase do ciclo menstrual. Mas, ainda assim, na maioria das mulheres, o colo uterino pode ser sentido com os dedos.
Para isso, é importante que as mãos estejam lavadas e a unhas aparadas para evitar contaminação ou lesões. Agachadas ou sentada, o dedo indicador ou o médio deve ser introduzido até o fundo do canal vaginal. É lá, direcionado para a barriga, que está localizado o colo do útero.
Para conseguir enxergá-lo, é necessário o uso de um espéculo descartável (objeto que mantém as paredes do canal vaginal afastadas). Mas, para isso, é importante que a mulher já tenha prática no toque. Nesses casos, vale pedir orientações ao ginecologista.
Aquelas que verem ver o colo do útero, mas têm receio, podem pedir, caso esteja disponível, para ver as imagens via vídeo durante exames ginecológicos. Alguns consultórios particulares disponibilizam a tecnologia.
Doenças

Como a região é a grande divisão entre os órgãos externos e os internos do sistema reprodutor feminino, ela está mais suscetível à ação de bactérias e fungos. É nela, inclusive, que aparecem as famosas “feridinhas”, que podem ser causadas por uma série de fatores e até desaparecerem naturalmente. Mas que, tendo uma causa mais séria, como a contaminação pelo vírus HPV – Papiloma Vírus Humano – se não tratadas, podem evoluir para o câncer no colo do útero.
É por estar exposto que os exames de rotina são imprescindíveis. Nele, o médico ginecologista consegue verificar o estado da região e, se localizar alguma anormalidade, pode pedir o exame específico.
Exame para colo do útero

A colposcopia é o exame ginecológico que consegue rastrear a saúde do colo do útero, especialmente quando há suspeita de doenças inflamatórias ou de lesões – sejam oriundas da contaminação pelo vírus HPV ou de alterações hormonais, por exemplo. Uma vez detectada a doença na região, o tratamento costuma apresentar resultados satisfatórios:
L esões
Depois do diagnóstico das lesões, o especialista pode prescrever remédios via oral ou cremes e pomadas de uso tópico e até cauterizaçõesa laser.
Câncer
Caso a região já tenha sido tomada por células cancerígenas, o tratamento pode ser feito através de rádio e quimioterapias e cirurgias. Se diagnosticado precocemente, o prognóstico é positivo e as chances de cura são altas.
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