Saiba mais sobre essa doença autoimune e como manchas decorrentes do vitiligo podem diminuir em alguns casos, como ocorreu com o ator
Em entrevista recente, o ator Renato Góes revelou que tem vitiligo, uma doença autoimune que se caracteriza pela despigmentação de áreas na pele. O ator, no entanto, afirmou que a única mancha que tinha regrediu – e, afinal, por que isso não acontece com todas as pessoas que têm essa doença? Entenda abaixo:
Renato Góes revela vitiligo e diminuição da mancha

Desde pequeno, o ator Renato Góes convive com o vitiligo. Em entrevista à “GQ”, ele fez a revelação de que costumava ter muita vergonha, na infância, da mancha que tem na porção inferior do corpo. “Eu ficava envergonhado. Na escola, só ia de calça. Na praia, de bermuda”, disse ele, que se cansou de esconder a questão e decidiu buscar ajuda.
“Pensei: ‘Que loucura é essa? Não quero isso para mim’”, declarou o ator, que viu a mancha diminuir, tornando-se “muito pequena” atualmente. “O mais importante disso não é que a mancha encolheu, mas como passei a lidar com grandes desafios. Hoje, me sinto preparado para lidar com as coisas da melhor maneira possível”, disse ele sobre o ensinamento que a doença trouxe.
O que é vitiligo e por que acontece

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o vitiligo é uma doença autoimune. Isso significa que o próprio sistema de defesa do organismo ataca o corpo, causando perda de pigmentação na pele ao destruir células responsáveis por produzir melanina (melanócitos). Esse processo resulta em manchas brancas ou muito claras.
A condição afeta cerca de 1% da população mundial e não tem causas completamente conhecidas. É possível, no entanto, que a doença esteja ligada a predisposição genérica e fatores desencadeantes como estresse emocional, queimaduras solares ou ferimentos, que podem precipitar o surgimento ou a disseminação das manchas.
Geralmente, as manchas aparecem em mãos, antebraços, rosto, tornozelos e regiões ao redor de orifícios como boca, nariz e genitais. Essas manchas são especialmente sensíveis ao sol – mas, no mais, a doença não causa mais “danos” além do impacto estético gerado pelas mudanças na aparência.
Vitiligo pode regredir?

O vitiligo é uma doença crônica. Isso significa, portanto, que não há uma cura para essa condição autoimune. Segundo informações do NHS, serviço de saúde britânico, algumas abordagens podem gerar a repigmentação total ou parcial das manchas, especialmente se o tratamento for feito pouco após o surgimento delas.
Há, por exemplo, cremes com corticosteroides ou inibidores de calcineurina, que ajudam a restaurar a cor natural da pele. Além disso, a fototerapia pode ser muito eficaz na repigmentação após várias sessões. É importante frisar, porém, que esse processo de retorno da coloração natural da pele e diminuição das manchas não é garantido ou sequer permanente.
Mesmo com o tratamento, algumas manchas podem não responder com repigmentação. Em alguns casos, pode haver retorno de manchas que já haviam se repigmentado. Quanto mais antiga ou extensa for a área afetada, menores são as chances de repigmentação total. Além disso, áreas com lesões repetidas podem impedir ou limitar o retorno da cor.
Nos casos de vitiligo universal, quadro em que a doença afeta mais de 80% da área total do corpo, o tratamento pode ser mais complexo ou menos eficaz.