O uso do vape tem sido cada vez mais relacionado a um vício potencialmente maior, bem como a riscos devastadores para a saúde respiratória
O que é pior, cigarro ou vape? Os cigarros eletrônicos se tornaram uma febre nos últimos anos sob a ilusão de que causam menos dano ao corpo. Especialistas, porém, seguem demonstrando o contrário. Recentemente, inclusive, um estudo brasileiro comparou a concentração de nicotina no corpo de usuários de vape e de cigarro – e o resultado demonstrou níveis seis vezes mais elevados entre quem usa o dispositivo. Veja detalhes abaixo:
Estudo estudo equipara uso de vape em um dia ao de 20 cigarros
Com resultados divulgados recentemente, um estudo encabeçado pelo InCor e em parceria com a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) demonstrou mais uma vez o potencial de dependência do vape.
Cigarros eletrônicos não emitem a fumaça malcheirosa do cigarro, são práticos e vistos como menos danosos ao corpo. Nos últimos anos, no entanto, estudos têm levantado riscos cada vez mais alarmantes – e um deles tem a ver com a concentração de nicotina.
Nesse estudo em questão, pesquisadores avaliaram os níveis de nicotina no organismo tanto de usuários de vape quanto do cigarro convencional. Em um dos usuários de vape, constatou-se a concentração de 2400µg de nicotina na corrente sanguínea, enquanto uma pessoa que fuma cerca de 20 cigarros no dia, apresentou 396µg.
Mais perigos do vape
Esses dados não necessariamente representam a concentração de nicotina no organismo de todos os fumantes desse dispositivo e do cigarro. Eles apontam, porém, para um cenário do qual muitos duvidam: o vape pode ser até mesmo mais viciante que o cigarro.
Isso se dá por vários motivos. Além da concentração de nicotina, esse tipo de dispositivo também traz outros componentes. Essas substâncias já foram apontadas como potencialmente nocivas às vias respiratórias, causando um quadro repentino conhecido como EVALI (sigla para Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarros Eletrônicos ou Vape).
Esse tipo de doença é como uma pneumonia que não é viral e nem bacteriana. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, autoridades em saúde já emitiram alertas sobre o uso desses dispositivos, frisando que o quadro pode inclusive levar à morte.
Outro ponto é que o vape é mais “agradável” que o cigarro em vários sentidos. As substâncias do cigarro eletrônico têm uma infinidade de sabores à disposição e não provocam o tipo ardor na garganta como o cigarro. Tudo isso contribui para uma série de fatores prejudiciais como:
- Uso entre pessoas mais jovens, contribuindo com dano acumulado a longo prazo;
- Dificuldade em parar de usar;
- Uso mais frequente ao longo do dia.
- Sintomas de problemas decorrentes do vape
A EVALI, principal condição associada ao uso de vape, costuma ter início repentino e tem como um dos sintomas mais comuns a tosse. Além dela, porém, o paciente também pode apresentar:
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Febre;
- Dor de barriga e náuseas.
Ao apresentar esses sintomas, especialmente em paralelo ao uso do vape, indica-se buscar atendimento médico o mais rápido possível.