Tratamento inovador com células-tronco cura mulher de HIV pela primeira vez

A cura do HIV pode estar em um inédito tratamento baseado em transplante sanguíneo de células-tronco, aponta um estudo apresentado no dia 15 de fevereiro de 2022 na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas ( CROI), em Denver, Estados Unidos, e reportado pelo jornal norte-americano The New York Times.

Cura do HIV após transplante de células-tronco

Chamada pelos cientistas de “paciente de Nova York”, uma mulher de 64 anos com HIV e leucemia recebeu transplante sanguíneo de células-tronco e, 14 meses após interromper o tratamento com medicamentos antirretrovirais, se mostrou livre do vírus associado ao desenvolvimento da Aids.

De acordo com médicos da Weill Cornell Medicine, que realizaram o transplante, os achados apontam que uma cura do HIV é possível. Como em dois outros casos anteriores de cura, as células do doador transplantadas apresentavam uma mutação que as tornam resistentes à infecção.

Ainda segundo o trabalho científico, as descobertas sugerem ser possível a realização do transplante sem o risco de um conhecido efeito colateral no qual o sistema imunológico do doador ataca o do receptor.

Como foi o transplante que promoveu cura do HIV

Para o tratamento de leucemia, a paciente recebeu transplantes de células-tronco para reposição de células que foram destruídas pela quimioterapia em altas doses.

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Para restaurar mais rapidamente as células sanguíneas da paciente, um parente adulto saudável ofereceu células-tronco para o transplante. E para uma reconstituição de sangue a longo prazo, a mulher recebeu o sangue do cordão umbilical de um recém-nascido que não fazia parte de sua família.

O uso de sangue do cordão umbilical normalmente é usado quando um paciente que precisa do transplante não consegue encontrar um doador adulto compatível.

No caso da paciente curada do HIV, os cientistas utilizaram sangue do cordão umbilical com uma variante do gene de resistência ao vírus causador da Aids.

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