O procedimento conhecido como tratamento de canal consiste na remoção do tecido mole que se encontra na parte mais interna do dente, chamada de polpa. “O canal é como um túnel no meio da raiz de um dente, que deve ser alargado e vedado posteriormente, para não haver contaminação bacteriana”, explica Márcia Schenkel, dentista especialista em endodontia.
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Causas
De acordo com Schenkel, de modo geral, o tratamento de canal é indicado em três casos:
– Quando a polpa vital se apresenta inflamada, com dor intensa e espontânea (pulpite), em decorrência de cárie profunda, fratura do dente ou traumatismo dentário;
– Quando a polpa perde a vitalidade (polpa necrosada) e compromete a raiz do dente, provocando inflamação ao redor da raiz e do osso, de modo assintomático (cisto) ou com dor (abscesso);
– Quando, por finalidade protética, é preciso desvitalizar a polpa para utilizar o dente como pilar de prótese fixa.
Sintomas
Segundo a especialista, os sintomas mais característicos que podem indicar a necessidade de tratamento de canal são:
- Dor espontânea e latejante, que aumenta com o calor e não cessa nem mesmo com o uso de analgésicos;
- Sensação de “dente crescido” e dor ao mastigar. Além disso, ao abaixar a cabeça, há a sensação de que o dente “pesa”;
- Dor muito intensa que não passa rapidamente;
- Inchaço na face ou dentro da boca;
- Fístula (semelhante a uma espinha) na gengiva;
- Traumatismos dentários com, ou sem, fratura da coroa.
Tratamento
A condição da polpa é que determina o número de consultas, mas o tratamento de canal consiste, basicamente, em 3 etapas:
– Abertura coronária (acesso aos canais);
– Preparo dos canais;
– Obturação (vedação) dos canais;
Após o tratamento de canal é muito importante restaurar o dente o mais rápido possível, para evitar a fratura da coroa e a recontaminação do canal por microrganismos da saliva. Segundo a especialista, não realizar o procedimento pode acarretar no desenvolvimento de infecção da raiz e dos tecidos vizinhos, causando consequências mais sérias, como dor intensa, inchaço, febre e bacteremia, quando bactérias invadem a corrente sanguínea. “A única solução para esses casos é a extração do dente”, alerta Schenkel.
Prevenção
A especialista garante que, na maioria das vezes, esse tipo de inconveniente pode ser evitado. “A destruição da polpa do dente, a parte que contém o nervo, é lenta e dolorosa. Somente nos casos de acidentes com fortes traumas, o processo acontece de forma imediata. Os demais casos costumam levar no mínimo dois anos, tempo suficiente para o paciente visitar o dentista, antes que seja necessário o tratamento de canal”, conclui a profissional.
Fique atento às orientações:
- Mantenha hábitos diários de higiene bucal;
- Escove os dentes após a ingestão de qualquer alimento, sólido ou liquido;
- O fio dental deve ser usado pelo menos uma vez ao dia;
- Mantenha as revisões semestrais com o dentista em dia.