Descoberta científica sobre tipo mais agressivo de câncer cerebral indica novo possível tratamento

Por meio de um recente estudo realizado em modelos celulares e animais, cientistas da Universidade de Surrey, na Inglaterra, descobriram que uma cadeia curta de aminoácidos (o peptídeo HTL-001) é capaz de inibir a função de genes Hox, responsáveis pelo crescimento de glioblastoma multiforme, o tipo mais agressivo de câncer cerebral.

Os resultados da pesquisa, publicados pelo jornal científico BMC Cancer, sugerem então que pode haver uma nova abordagem para o tratamento da doença.

Células cancerígenas
vitanovski/Istock

Apesar de raro, o glioblastoma multiforme é o câncer cerebral mais comum. De acordo com informações do Instituto Oncoguia, este tipo de tumor do sistema nervoso central tem crescimento rápido e se forma no tecido glial do cérebro e da medula espinhal.

Atualmente, o diagnóstico de glioblastoma multiforme oferece poucas expectativas de tratamento eficaz, já que é resistente aos quimioterápicos, reduzindo as chances de uma sobrevida mais longa.

Pacientes que sofrem de glioblastoma multiforme têm uma taxa de sobrevivência de 5% durante um período de cinco anos. “Embora ainda estejamos no início, nosso projeto oferece esperança para encontrar uma solução para a desregulação do gene Hox”, afirmou em comunicado Hardev Pandha, líder do estudo.

Tumor no cérebro
Mohammed Haneefa Nizamudeen/Istock

Os genes Hox são responsáveis pelo crescimento saudável do tecido cerebral, mas normalmente são silenciados no nascimento, após sua atividade no embrião em crescimento. No entanto, se eles forem “ligados” de forma inadequada novamente, podem levar à progressão do câncer.

De acordo com os pesquisadores, inibir por meio do peptídeo HTL-001 os genes HOX anormalmente ativados nas células tumorais pode ser uma maneira nova e eficaz de impedir que os glioblastomas cresçam e se tornem fatais.

Ciência e saúde