Tratamento com próprio sangue que Neymar teria feito não é permitido no Brasil: conheça

por | fev 7, 2019 | Saúde

Neymar está machucado e afastado dos campos desde que sofreu uma nova lesão na mesma região do corpo em que já havia se machucado no início de 2018. Essa primeira lesão fraturou o quinto metatarso do pé direito e o jogador precisou passar por cirurgia. Já a mais recente, ocorrida em janeiro deste ano, não necessitará de operação e o brasileiro estaria adotando um tratamento alternativo para o problema.

Tratamento da lesão de Neymar

Conforme explicou um comunicado do Paris Saint-Germain, time francês no qual atua, o jogador passará por um “tratamento conservador” não-cirúrgico e voltará aos campos após um período de dez semanas (apenas em abril).

Segundo o site Globo Esporte e outros veículos especializados, o procedimento escolhido para tratar a lesão de Neymar é o chamado PRP (Plasma Rico em Plaquetas), e, apesar de a técnica ser relativamente comum em outros países e já ter sido uma opção para atletas como o ex-jogador de basquete Kobe Bryant e o tenista Rafael Nadal, sua eficácia não é cientificamente comprovada e, por isso, ela é proibida no Brasil.

A assessoria do Paris Saint-Germain enviou nota ao VIX onde não confirma e nem nega que o procedimento feito pelo craque tenha sido o PRP. Porém, a imprensa esportiva afirma que a técnica que usa sangue é a alternativa dos médicos do craque.

Mas, afinal, o que é esse tal PRP? Entenda melhor a seguir.

Plasma Rico em Plaquetas: o que é e como é feito

Conforme explica o ortopedista Paulo Kertzman, médico da delegação brasileira de atletismo, o PRP é feito a partir do sangue do próprio paciente.

“O sangue é colocado em uma centrífuga de alta velocidade e, desta forma, as células são separadas em glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas”, afirma o médico, enfatizando que, para este tratamento, o que importa são as plaquetas.

“As plaquetas, além de participarem da coagulação do sangue, têm também uma ação cicatrizante”, explica Paulo, afirmando que, após essa separação, as plaquetas são aplicadas com uma injeção na área lesionada, buscando incentivar a regeneração dos tecidos prejudicados naturalmente.

“Neste caso, a ação seria estimular a consolidação óssea estimulando as células do osso a produzir ‘mais osso’”, esclarece ele.

Com isso, segundo o médico, a ideia é evitar uma cirurgia e ver se, com essa estimulação, o corpo reage. De acordo com ele, após a realização do procedimento, é necessário um período de 45 a 60 dias em repouso.

É eficaz?

Ainda que diversos atletas renomados tenham recorrido ao PRP, não é seguro dizer que ele tem sua eficácia comprovada, já que tanto resultados de pacientes quanto estudos científicos variam muito.

Em entrevista citada pelo veículo “Sports Illustrated” em 2013, por exemplo, Nadal contou que teve resultados diferentes nas primeiras e nas últimas vezes que realizou o procedimento.

Segundo o tenista, enquanto ele pôde notar bons resultados a partir das primeiras aplicações que fez com PRP na parte superior do joelho, o mesmo procedimento não fez diferença alguma quando realizado em outra região do joelho, anos depois.

Conforme explica Paulo, a mesma inconstância se aplica a estudos sobre o tema. “Alguns estudos científicos apresentam bons resultado e outros não”, afirma.

É justamente por isso, inclusive, que não é possível realizar esse procedimento em todos os países. “Esse tratamento já foi muito utilizado no Brasil, porém, devido aos resultados serem pouco eficientes, o Conselho Federal de Medicina proibiu o uso no país a não ser em trabalhos científicos”, esclarece.

Ainda assim, o ortopedista garante que o procedimento é seguro e não oferece riscos ao paciente.

Outras aplicações

Por sua ação teoricamente regeneradora, o tratamento com Plasma Rico em Plaquetas não se aplica apenas a quadros de lesões, como nos casos de Neymar e outros atletas. Pelo contrário: seu mais conhecido uso é aquele com fins estéticos, em que o sangue é injetado, por exemplo, no rosto de pacientes que buscam uma aparência mais jovial.

Esta aplicação é conhecia como “lifting do vampiro” ou “terapia Drácula” e já foi utilizada por famosas, tais como Luciana Gimenez e Kim Kardashian.

Outro possível fim ao PRP é o rejuvenescimento íntimo e até aumento da libido, algo chamado de “injeção do orgasmo”. Além disso, há casos reportados de reativações de ovários após a técnica, em que a aplicação do Plasma Rico em Plaquetas foi capaz de reverter a menopausa e devolver a fertilidade de voluntárias.

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