Timberlake se afasta dos palcos por mesmo quadro de saúde de Simaria e Juliana Paes

por | nov 27, 2018 | Saúde

Devido a um problema de saúde que enfrenta, Justin Timberlake precisou pausar a programação de sua turnê, a “Man of the World”, adiando o show marcado para acontecer nesta terça-feira (27) no Staples Center, em Los Angeles (Estados Unidos).

Justin Timberlake afastado dos palcos

Segundo confirmou o próprio local no Twitter, a apresentação foi suspensa devido ao quadro que a equipe de Timberlake denomina como “cordas vocais severamente machucadas”.

Na semana passada, o cantor também precisou adiar shows em Nova York, em Buffalo e mais outros dois em Tacoma por conta das lesões nas cordas vocais.

A página ainda informa que o cantor sente muito pelo inconveniente aos fãs e que o evento será remarcado.

Problemas nas cordas vocais: quadro comum em artistas

A equipe de Timberlake ainda não se pronunciou para explicar com exatidão o tipo de lesão que atinge as cordas vocais do norte-americano.

Entretanto, o caso se assemelha muito com outros já apresentados por cantoras, como Simaria Mendes e Shakira, e até mesmo atrizes como Juliana Paes – já que todas passaram precisaram adiar seus compromissos profissionais por quadros de saúde que afetavam suas cordas vocais.

Juliana Paes: cisto na corda vocal

Recentemente, Juliana Paes precisou recusar o convite de ser a apresentadora do programa “Os Melhores Anos das Nossas Vidas”, projeto da Rede Globo.

https://www.instagram.com/p/Bqf1lUPl9hZ/

O pedido de dispensa, segundo Juliana, foi solicitado para que a atriz pudesse realizar o tratamento para cistos em suas cordas vocais – lesões causadas por um trabalho anterior da global, a novela “A Força do Querer”.

“Descobri dois cistos nas minhas cordas vocais. Além dos cistos, tem um pouco de rouquidão, um pouco de edema. Tudo isso vem de excesso de trabalho. A Bibi [Perigosa, sua personagem recente na novela “A Força do Querer”, da TV Globo] tem um pouco disso, eu gritava muito, um pouco de estresse, de demandas… Então a gente chegou à conclusão de que eu preciso de repouso vocal e que vou usar esse tempo [dos projetos] para fazer fonoterapia”, explicou Juliana com um tom de voz mais rouco e abaixo do normal.

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Cistos nas cordas vocais, como os de Juliana, podem aparecer pelo uso em excesso do tecido musculoso da região, o que gera uma espécie de trauma nas pregas vocais, além de rouquidão, dor de garganta, tosse, pigarro e, em casos de edema muito grande, falta de ar.

O quadro é comum em pessoas que têm as pregas vocais (nome para as popularmente chamadas cordas vocais) como ferramenta de trabalho. É o caso de atores, cantores e demais profissionais que demandam bastante da voz.

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De acordo com o otorrinolaringologista Jamal Azzam, os cistos podem ser congênitos, ou seja, a pessoa nascer com eles, ou podem ser adquiridos ao longo dos anos. No segundo caso, dentre os fatores desencadeantes para o aparecimento do cisto destacam-se o tabagismo, a virose intensa, a laringite, o refluxo ácido do estômago e o mau uso da voz.

“O problema não está em usar muito a voz, mas em usá-la sem preparo. Ou seja, o problema está na qualidade do uso, e não na quantidade”, diz o otorrinolaringologista, que também explica ser possível conviver com o cisto sem que ocorra grandes complicações. “Vai depender da posição em que ele está. Se ele estiver acima do local onde as pregas se tocam, não existe problema nenhum de voz”, complementa Azzam.

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Dentre as complicações possíveis para o cisto, verificam-se as inflamações, que têm como consequências os edemas, que são inchaços decorrentes desse quadro de saúde.

Após o diagnóstico do cisto, o tratamento para a lesão pode ser feito com exercícios de voz, respiração e relaxamento para evitar inflamações no local – além de repouso das cordas. As inflamações também são tratadas com medicamentos e é recomendada a ingestão de água, usada para hidratação local.

Em casos mais raros, pode ser feita cirurgia para retirada do cisto. No entanto, ela pode acarretar sequelas na voz.

Shakira: hemorragia das cordas vocais

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Em 2017, Shakira anunciou o seu retorno ao palcos com a turnê “El Dorado”, após um longo período sem fazer shows. Entretanto, os planos da colombiana foram interrompidos quando uma hemorragia nas cordas vocais foi diagnosticada.

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De acordo com o otorrinolaringologista Ektor Onishi, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a hemorragia nas cordas vocais trata-se de um sangramento não intenso, similar a um hematoma na região.

O quadro ocorre pelo acúmulo de sangue das pregas vocais. A existência do sangue altera o modo como as prega se contraem e causa alterações na voz, como rouquidão – ainda que temporária.

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“Os abusos vocais são as causas mais comuns”, afirma Onishi. Na época, Shakira estava passando por intensos ensaios para se preparar para a turnê e é possível que esta tenha sido a causa.

Entretanto, a hemorragia não abate somente cantores profissionais, mas também é comum que pessoas sem domínio vocal tenham traumas devido ao esforço em momentos individuais, como em momentos de empolgação durante partidas de futebol ou mesmo em uma festa, quando temos que impor a voz cada vez mais alto para sermos ouvidos.

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Para tratar a hemorragia vocal, o recomendado é o silêncio absoluto com o uso, em paralelo, de medicamentos recomendados por um médico. “A recuperação costuma ser total. São raros os casos em que é preciso fonoterapia ou alguma reabilitação vocal após o período de repouso”, explica Onishi.

Foi o que fez Shakira. Após o período de recuperação da hemorragia, a cantora retornou com sua agenda no começo de 2018 e a turnê foi apresentada mundialmente – inclusive no Brasil.

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Simaria: infecção aguda de vias aéreas superiores

Assim como Timberlake e Shakira, Simaria também precisou cancelar shows devido a problemas nas cordas vocais. Em novembro de 2017, seis apresentações da dupla Simone e Simaria foram suspensas devido ao quadro.

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Segundo informações da assessoria de imprensa das irmãs, na época, a sertaneja enfrentava uma infecção aguda das vias aéreas superiores, cujo tratamento exigia repouso.

De acordo com o Fernando Lundgren, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o quadro de saúde de Simaria provavelmente foi desencadeado pela agenda corrida de shows e demais compromissos que a cantora atende.

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Isso porque tal rotina aumenta as situações em que o sistema respiratório fica exposto a riscos. “Mudanças bruscas de temperatura ou umidade do ar, aglomeração de pessoas e inalação de fumaça e poluição ocasionam alterações nas vias aéreas que fragilizam o sistema de defesa e propiciam ataques alérgicos, virais ou bacterianos”, afirma Lundgren.

A infecção aguda das vias aéreas superiores é uma doença que atinge nariz, faringe, laringe e seios paranasais – cavidades do rosto que têm contato com o ar respirado – e em casos de complicações pode se desenvolver para quadros de sinusite, laringite aguda ou irritação das cordas vocais.

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O tratamento para a infecção consiste em repouso, uso de anti-inflamatórios e outros remédios que ajudam na limpeza da cavidade nasal. Antibióticos são recomendados apenas quando a infecção é categorizada como bacteriana.

Após o quadro de infecção, Simaria conseguiu retornas aos palcos. Entretanto, a sertaneja precisou fazer uma nova pausa no trabalho, em setembro de 2018, para encerrar seu tratamento para tuberculose ganglionar.

Famosos que se afastaram por doença