Há algumas décadas vem-se dando ênfase ao combate da cisão mente-corpo, cujos origens se remontam à Modernidade. E isso tem acontecido nos mais diversos campos do saber: a procura por uma visão holística do homem e, em geral, do universo. Na Psicologia, por sua particularidade, os especialistas tentam, quase mais do que em qualquer outra área, derrubar esse tipo de dualismos.
Uma corrente que defende essa visão unicista é a Bioenergética, uma modalidade específica de psicoterapia corporal baseada na continuidade entre corpo e mente. Essa teoria foi fundada pelo médico americano Alexander Lowen, mas suas raízes foram os trabalhos realizados por outro médico, o austríaco-americano Wilhelm Reich.
A bioenergética é um modo de entender a psique em termos do corpo e seus processos energéticos, sendo estes últimos – a produção de energia através da respiração, o metabolismo e a descarga de energia no movimento – as funções básicas da vida.
Como terapia, a bioenergética combina o trabalho com o corpo e com a mente para ajudar às pessoas a resolver seus problemas emocionais e a compreender melhor seus potenciais para o prazer e a alegria de viver. Sua tese fundamental é que o corpo e a mente são funcionalmente idênticos: o que acontece em um se reflete no outro e vice-versa.
O terapeuta bioenergético, além de analisar o discurso do paciente por meio da fala como em qualquer outro tipo de psicoterapia, dá especial atenção aos movimentos do corpo do sujeito, a sua respiração e sua postura. O tratamento também inclui alguns exercícios com contato corporal. Muito além da eliminação dos sintomas, seu objetivo é conseguir que o paciente recupere a vontade de viver, o gosto do prazer, a alegria, o amor e, o que é fundamental: a saúde.
Sobre essa corrente, um dos seus seguidores, Robert Lewis, diz: “quando você não tem palavras para seus sentimentos, para o que aconteceu com você, nós escutamos a sua ressonância interior, que vive no seu corpo. (…) O convidamos a se render ao espírito de seu corpo e ao corpo do seu espírito – e, fazendo isso, a abraçar seu verdadeiro eu”.