SUS passa a realizar teste para identificar autismo em crianças a partir dos 16 meses.

SUS passa a realizar teste para identificar autismo em crianças a partir dos 16 meses

São 20 perguntas sobre o desenvolvimento e comportamento do bebê que podem indicar risco de TEA

A nova linha de cuidado para Transtorno do Espectro Autista (TEA) do Ministério da Saúde orienta postos e unidades básicas de saúde a realizar um teste para identificar autismo precocemente em todas as crianças entre 16 e 30 meses de idade.

Chamado de M-Chat, o questionário para identificar sinais de autismo nos primeiros anos de vida vai fazer parte da rotina de avaliação do desenvolvimento da criança.  

Teste para identificar autismo

Desenvolvimento infantil
(Crédito: freepik/ Freepik)

O objetivo é identificar quem eventualmente pode ser diagnosticado para encaminhar a família para um especialista. 

O Ministério da Saúde também quer oferecer intervenções e estímulos a esses pacientes antes mesmo da confirmação do diagnóstico. O tratamento precoce ajuda na autonomia e interação social futura de uma pessoa autista.

Como funciona

Para as famílias, o teste para identificar autismo é um simples questionário de 20 perguntas sobre a criança. As respostas sobre o desenvolvimento e comportamento infantil vão indicar o risco para TEA: 

  • Baixo risco: criança só precisa repetir o teste se tiver menos de 2 anos, caso contrário, não é necessário repetir e nem acompanhamento.
  • Risco moderado: criança segue para nova etapa de entrevista.
  • Alto risco: criança é encaminhada para avaliação com especialista.  

Lembrando que o diagnóstico oficial só é fechado por volta de 2 a 3 anos. O teste apenas indica o risco para o autismo, já que sinais de alerta podem ser percebidos já nos primeiros meses de vida.

Caso a criança seja encaminhada para um especialista, ainda assim ela pode ser um falso positivo para TEA. Por outro lado, pode também ter risco elevado para outros distúrbios do desenvolvimento ou atrasos, o que justifica o encaminhamento para um tratamento precoce.

O questionário já está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. O que muda é que, agora, deverá ser aplicado a todas as crianças em atendimento desde a atenção primária. 

Projeto do Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lança a nova linha de cuidado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
(Crédito: José Cruz/Agência Brasil)

O Ministério da Saúde prometeu também fortalecer o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que garante tratamento individualizado, multiprofissional e com apoio das famílias. 

“A nova Linha de Cuidado para pessoas com TEA também destaca a importância do acolhimento e do suporte às famílias, reconhecendo o papel central dos pais e cuidadores no desenvolvimento infantil”, diz nota da pasta

Estima-se que 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam ainda que 71% dessas pessoas apresentam também outras deficiências. 

Este conteúdo usa informações do Ministério da Saúde, do M-CHAT™ e da Associação Autismo e Realidade.

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