Sintomas de síndrome do pânico: ansiedade, formigamento + 12 sinais surgem na crise

Identificar os sinais de síndrome do pânico é o primeiro passo para se livrar desse distúrbio, que é comum e limita a qualidade de vida bruscamente. Evitar sair com amigos, passear e até trabalhar são algumas das consequências do problema, marcado por episódios intensos de medo e ansiedade.

Muitas vezes, a vergonha de contar o que sente impede que o paciente perceba que está enfrentando um distúrbio e o atrasa a buscar por ajuda.

Veja os sintomas de síndrome do pânico e como ocorre o tratamento a seguir: 

Afinal, o que é Síndrome do Pânico?

A condição  síndrome do pânico pertence ao grupo de transtornos de ansiedade, ou seja, distúrbios que têm em comum a estimulação de reações de luta e fuga do organismo, fazendo com que o sistema nervoso fique hiperativado e em estado de alerta.

No caso do pânico, surgem episódios repentinos de uma forte sensação de medo, seguida da impressão de que algo muito ruim acontecerá.

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O psiquiatra Rafael Brandes Lourenço, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e médico do sono pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que as crises podem ser conjuntas com a agorafobia, que é o medo de lugares cheios de pessoas e situações que possam desencadear os sintomas.

Com isso, a qualidade de vida é prejudicada, já que o indivíduo deixa de fazer o que gostaria para evitar o pânico. Em consequência, ainda podem surgir quadros de depressão.

O transtorno do pânico também pode ocorrer sem a agorafobia e, nesses casos, os ataques acontecem independentemente da situação.

Causas

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Ainda não se sabe ao certo o que leva alguém a desenvolver o transtorno, mas alguns fatores de risco podem indicar risco elevado para o problema, pois deixam o sistema de alerta muito ativado.

Fatores de risco

  • Predisposição genética;
  • Estresse elevado;
  • Personalidade ansiosa, mesmo sem caracterizar transtornos;
  • Mudanças de rotinas;
  • Traumas, como abuso sexual na infância.

Como surgem as crises?

Os episódios de pânico podem ocorrer em qualquer circunstância ou por ataques esperados – em que já é sabido que determinada situação é um fator desencadeante. Por exemplo, o cantor Lucas Lucco tem síndrome do pânico e contou em seu Instagram que essa sensação vem à tona ao entrar em aviões.

A periodicidade e a duração das crises variam para cada paciente. “Há casos em que há ataques um tanto quanto frequentes, como um por semana, durante meses. Outros com pequenos surtos ainda mais frequentes, como diários, por exemplo, com intervalo assintomático de semanas ou meses. E ainda os menos contínuos, que duram muito tempo, como dois por mês”, explica o psiquiatra Rafael Brandes Lourenço.

Sintomas de transtorno do pânico

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Inicialmente, surge uma ansiedade muito intensa que evolui em poucos minutos para os seguintes sintomas:

  • Palpitação ou taquicardia;
  • Suor excessivo;
  • Tremores;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento/asfixia;
  • Dor ou incômodo no tórax;
  • Enjoo;
  • Desconforto no abdômen;
  • Tontura, instabilidade ou vertigem;
  • Desmaio;
  • Boca seca;
  • Calafrio ou ondas de calor;
  • Formigamento ou sensação de anestesia;
  • Sensação de irrealidade;
  • Despersonalização ou indiferença, em que a pessoa sente-se distanciada de si mesmo;
  • Medo de enlouquecer, adoecer ou morrer.

O pânico pode ser tão assustador que algumas pessoas acreditam estar sofrendo um ataque cardíaco. Nestes casos, é preciso se acalmar e entender que a dor de infarto é extremamente intensa e irradia para o braço esquerdo ou para a mandíbula. Em caso de dúvidas, é recomendado buscar atendimento médico para que sejam realizados exames para atestar a integridade do coração.

Tratamento da síndrome do pânico

Como a síndrome do pânico tem cura, quanto antes for diagnosticada, melhor é o prognóstico e menor é o sofrimento do paciente e de seus familiares, visto que a falta de cuidados pode deixar o distúrbio crônico. 

O primeiro passo para o tratamento é procurar um psiquiatra que investigará o diagnóstico por meio de métodos clínicos. Se a doença for confirmada, é necessário recorrer a remédios para ansiedade e antidepressivos. 

É muito importante passar por tratamento psicoterápico para curar o medo de ter novas crises. “O tipo de terapia com maior evidência de melhora para transtorno do pânico é o cognitivo-comportamental, que ajuda o paciente a modificar e controlar pensamentos automáticos e errôneos – como a ideia de que a crise pode levar à morte -, reconhecer que deixar de sair de casa por ansiedade causa prejuízos, aprender a relaxar e lidar com os fatores que desencadeiam as crises”, ressalta o psiquiatra. 

Transtornos da mente