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De volta ao Brasil após um período na Europa em viagem com Fátima Bernardes, Túlio Gadelha decidiu investigar um sintoma que apresentava desde o retorno ao país e teve um diagnóstico bem mais sério do que suspeitava: uma trombose.
Sintoma de trombose em Túlio
A decisão de procurar um médico por parte de Túlio aconteceu depois que o deputado federal eleito começou a manifestar um sintoma comum de trombose desde sua volta da Europa, mas que ele pensou não ser nada sério.
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Durante cerca de uma semana após a chegada ao Brasil, Túlio sentiu fortes dores nas pernas, mas suspeitou que o incômodo fosse uma reação do corpo às atividades realizadas na viagem do casal, conforme contou em uma sequência de publicações compartilhadas no Stories do Instagram.
“O que pensei que fosse uma dor muscular, por conta das caminhadas no frio, na verdade se trata de uma trombose nas fibulares”, relatou o pernambucano, ao publicar uma foto sua realizando exame de análise nos vasos sanguíneos dos membros inferiores.
Dor nas pernas e trombose

O sintoma foi o mesmo que fez Susana Vieira diagnosticar trombose também e é um dos mais comuns. Porém, muitas pessoas não costumam levá-lo a sério, especialmente após a prática de atividades físicas diferentes das realizadas no dia a dia.
O angiologista e cirurgião vascular Ricardo Brizzi esclarece que a dor pode vir acompanhada de calor, sensibilidade, inchaço e vermelhidão nas pernas, que podem facilitar a suspeita da condição.
Justamente pelo incômodo nas pernas ser frequentemente negligenciado, o médico recomenda que as pessoas busquem com urgência atendimento médico ao notarem qualquer dor estranha nos membros inferiores.
Causas da trombose
Trombose é uma doença que causa a obstrução de vasos sanguíneos profundos do corpo. Ela acontece em decorrência da formação de coágulos que impedem o fluxo correto de sangue pelas veias e artérias.

Em mulheres, o uso de anticoncepcionais aumenta o risco da incidência de tromboses. “Todas as pessoas que tomam hormônio estão sujeitas ao risco de ter trombose. O que acontece é que algumas, por questões próprias delas, têm esse risco aumentado”, aponta Ei Faria, neurologista clínico do HCor.
Além desse fator de risco, pré-disposição genética e agravantes, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, abortos recorrentes, acidente vascular cerebral (AVC), câncer, presença de cateter venoso central, doença inflamatória intestinal, doença pulmonar obstrutiva crônica, idade superior a 55 anos, infecções, insuficiência arterial periférica, cardíaca ou respiratória, internação em UTI, paralisia dos membros inferiores, quimioterapia, reposição hormonal, varizes, insuficiência venosa periférica, antecedente familiar de trombose e trombose prévia no próprio paciente também contribuem para o surgimento da condição.
Soma-se, ainda, hábitos como ficar sentado por longos períodos, como em viagens de avião ou aquelas em que que a pessoa fique mais de 4 horas com a perna paralisada.
“Como a panturrilha é o coração das pernas, a cada contração muscular bombeamos o sangue e ativamos a nossa circulação. Quando a musculatura fica parada muito tempo, pode haver retenção de líquido nas pernas, inchaço, sensação de pernas pesadas e cansadas e isso aumenta as chances de desenvolvimento de varizes e trombose venosa”, diz Eli.
Trombose venosa profunda

A trombose venosa profunda (TVP) é a inflamação causada pela formação de coágulos sanguíneos, chamados trombos, na parede de vasos das pernas e coxas. Como esta trombose atinge os vasos mais profundos, é considerada a mais grave.
“É mais comum nas pernas porque as veias são mais longas e estão mais distantes do coração, que é para onde o sangue tem que voltar. A incidência é muito alta e chances de mortalidade são grandes, mas é possível prevenir”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita, do hospital Albert Einstein (SP).
Os principais sintomas deste tipo de trombose são dor, calor, sensibilidade, inchaço e vermelhidão nas pernas.
“Os sintomas variam muito conforme o local em que o coágulo se encontra. A trombose no pé é menos comum e menos grave do que na panturrilha, por exemplo, que por sua vez é menos alarmante do que nas coxas”, explica Ricardo Brizzi.
Geralmente, a trombose se desenvolve em pessoas que estão hospitalizadas, que passaram por cirurgias ou que estão impossibilitadas de andar ou têm problemas de circulação.
Outras tromboses possíveis

Tromboflebite
Mais leve que a TVP, a tromboflebite acontece em pessoas que receberam medicamento pelas veias, que podem inflamar. Os sintomas são vermelhidão e local dolorido. Se não for tratada adequadamente, ela pode desencadear uma trombose venosa profunda, que é o quadro mais grave.
Trombose arterial
Mais rara do que as tromboses venosas, a arterial costuma ser um quadro decorrente de problemas graves de circulação, principalmente nas pernas, como doenças ateroscleróticas avançadas ou diabetes.
“A artéria vai ficando mais rígida com o passar dos anos e vai acontecendo acúmulo de placas de colesterol dentro dela, se o colesterol da pessoa é muito alto, o acúmulo é acelerado. Tabagismo e hipertensão também aumentam os riscos”, explica Aline.
Complicações da trombose

Um desdobramento possível para a trombose, especialmente para a do tipo venosa, é a embolia pulmonar, uma condição que acontece quando o coágulo se desloca para o pulmão.
“Entre os sinais da embolia pulmonar, há a falta inesperada de respiração ou a respiração rápida, dores no peito, frequência cardíaca alta, tosse e catarro com sangue”, pontua Aline.
No caso da trombose arterial, pela chance de acontecer em qualquer artéria do corpo, o risco está justamente no local onde a trombose incide. “Se for na cabeça, ocorre um derrame; no coração, um infarto; e na perna, podem acontecer amputações”, exemplifica a cirurgiã vascular e angiologista do Albert Einstein.
Existe, também, o risco da chamada síndrome pós-trombótica, um quadro crônico de circulação. “Podem aparecer manchas, alguns vasos ficam com volume aumentado, crescem as chances de varizes”, explica Aline.
Quanto à chance de morte, ela existe, uma vez que de acordo com a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, o tromboembolismo venoso é a causa número 1 de mortes evitáveis em hospitais e 60% dos casos ocorrem durante ou após internações.
“Pacientes internados e/ou que passaram por cirurgias ortopédicas ou ginecológicas têm mais risco de terem trombose venosa porque eles ficam muito tempo parados e porque nessas cirurgias há manipulação maior de veias, o que pode desencadear inflamações”, comenta Aline.
Tratamento para trombose

O tratamento para a trombose envolve uso de anticoagulantes e de meias de compressão por pelo menos um ano (tirada apenas na hora de dormir).
“O tratamento parece o de varizes, são remédios para melhorar o inchaço e a retenção de líquido, e as varizes são tratadas para melhorar a circulação”, explica a cirurgiã vascular do Albert Einstein. Quem se recupera 100% não precisa usar a meia de compressão depois do primeiro ano.
De acordo com Aline, a indicação de cirurgia é raríssima e acontece apenas quando há uma contraindicação de coagulante. É uma situação de exceção. “É em último caso, uma tentativa de salvar a pessoa”, comenta a médica.
Como evitar a trombose

Atividades físicas e outros hábitos que ativam a circulação, como movimentar os pés a cada 15 minutos, andar a cada hora sentado e beber água, são bem eficazes como métodos para prevenir a trombose.
Além disso, se a pessoa apresenta histórico de problemas na circulação, talvez seja necessário o uso e meias de compressão.
Após os 40 anos, também é válido reforçar o alerta para a doença, já que há perda de massa magra e aumento da incidência de doenças como hipertensão e diabetes.
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