Quando se trata da saúde das crianças, todo cuidado é pouco, afinal, parece que eles são mais sensíveis e estão expostos a um número muito maior de doenças que nós, adultos. A síndrome de reye é um desses acometimentos que acontecem do nada e deixam muitos pais em desespero.
Trata-se de uma reação à combinação de infeção e certas substâncias presentes em medicamentos que pode deixar sequelas e até causar morte. A seguir, contamos um pouco sobre esse quadro que é raro, mas merece atenção.
O que é síndrome de Reye
Caracterizada pelo acúmulo de gordura no abdômen e pela inflamação cerebral, essa síndrome atinge majoritariamente crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, apesar de também afetar adultos em menor escala.
A condição é posterior a um quadro de infecção viral – como resfriado, gripe ou catapora – e está relacionada ao uso de certas substâncias contidas em medicamentos antitérmicos, que são geralmente usados para amenizar a febre que costuma acompanhar a infecção.
Causas

Apesar de não serem conhecidas as reais causas do problema, sabe-se que ele está ligado ao uso de remédios com ácido acetilsalicílico (AAS) – como Aspirina, Nimesulida e Doril – e outros anti-inflamatórios não esteroides em conjunto com alguma doença viral.
“Outros medicamentos, como alguns usados para o tratamento da infecção pelo HIV e outros quimioterápicos, também já foram associados à síndrome de Reye”, acrescenta o pediatra Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A doença ainda oferece risco de morte, principalmente para crianças menores de 5 anos. “As taxas de letalidade vão de 20% a 30% e geralmente há maior chance de morte também em pacientes com quadros abruptos ou cujos exames de sangueindicam dosagens de amônia muito elevadas”, finaliza o doutor.
Sintomas da síndrome de Reye
- Vômitos intensos
- Confusão mental
- Irritação e agitação
- Convulsões
- Coma
Diagnóstico: como é feito?
O reconhecimento da síndrome de Reye ocorre a partir da constatação dos sintomas e a realização de exames que medem as enzimas e substâncias do fígado, coagulação e níveis de amônia.
Tem cura?
A doença pode ser revertida, principalmente nos casos em que o diagnóstico ocorre logo nos sintomas iniciais. Todavia, de 5 a 10% dos pacientes podem ficar com sequelas neurológicas, como atraso cognitivo.
Como tratar?

O tratamento da síndrome de Reye não compreende nenhuma medicação específica. Os cuidados com o doente baseiam-se no suporte às funções vitais do organismo, como respiração e funcionamento do coração, além da diminuição dos sintomas.
Também podem ser administrados alguns compostos para evitar hemorragias e tentar amenizar a alteração cerebral. Em alguns casos, pode ser necessário realizar um transplante de fígado.
Prevenção da doença de Reye
Como a síndrome de Reye e o AAS estão diretamente relacionados, a maneira mais certeira de evitar a condição é ter cautela ao consumir ou dar remédios que contenham a substância para crianças, assim como outros que possam estar relacionados ao problema. Uma boa dica é ficar de olho nos compostos descritos na bula do medicamento.
Alguns estudos também sugerem que determinados vírus, como o da influenza, podem propiciar a doença. Isso ressalta a importância de seguir o calendário de vacinação e aplicar, principalmente, a vacina contra a gripe como forma de se prevenção.
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