Se você prende o cabelo de um destes 3 jeitos, pode estar colocando sua saúde em risco

Coques, tranças, apliques, rabos de cavalo… Inúmeras são as opções de penteados que deixam o cabelo mais bonito ou que possibilitam o uso mais prático dos fios no dia a dia.

Contudo, dependendo do jeito que o look é produzido, seus efeitos acabam sendo mais maléficos do que benéficos, especialmente para a saúde da pessoa que utiliza o penteado com frequência.

Prejuízos à saúde provocados por penteados

Dor na coluna

A curto prazo, alguns estilos de prender o cabelo podem gerar incômodos momentâneos na coluna – aliviados rapidamente conforme o look é desfeito.

O grande problema nesta questão acontece quando uma pessoa apresenta algum tipo de desordem estrutural ou funcional da coluna e utiliza um look que corrobora para o desencadeamento de dores mais permanentes e severas na região cervical.

“A médio e a longo prazo, hábitos contínuos que geram desequilíbrio mecânico e sem cuidados específicos que preservam essas estruturas podem desenvolver quadros dolorosos crônicos e desgaste nas articulações do pescoço”, diz.

“As alterações físicas provenientes da postura geralmente envolvem cervicalgias de origem muscular, síndromes facetarias – tipo de inflamação capsular da articulação da coluna –, e complexos de subluxação vertebral que interferem no funcionamento da coluna e evoluem para desordens degenerativas quando não tratadas”, explica o quiropraxista David Porto, da Clínica Mais Coluna.

Alopecia de tração

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Além da dor cervical, outro prejuízo provocado pelo jeito que o cabelo é preso é a chamada alopecia de tração – um tipo de calvície provocada pela tensão frequente aos fios.

“A tração, ou seja, a força exercida sobre a raiz dos fios, faz com que eles se afrouxem na raiz. A queda de cabelo também pode ocorrer devido à inflamação do folículo capilar, que fica na derme profunda e é de onde nasce a raiz do cabelo. Esta inflamação ocorre quando há tração intensa e frequente dos fios”, diz a dermatologista Osvania Maris Nogueira.

Penteados mais prejudiciais

Coque

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Entre os penteados que podem trazer algum tipo de dano à coluna destaca-se o coque. Este estilo de prender o cabelo pode ser prejudicial porque geralmente exige um cuidado quase que inconsciente da pessoa em nunca encostar a parte de trás da cabeça em superfícies para que o penteado não desmanche.

“Esta ação gera um aumento da tensão local devido ao uso excessivo da musculatura estabilizadora do pescoço, o que aumenta o risco de algum tipo de alteração no funcionamento destes segmentos da coluna”, explica Porto.

Segundo o quiropraxista, os músculos que estão em volta da coluna vertebral são fundamentais para estabilizar as articulações e quanto mais firmes estes músculos forem, mais estável e protegida a articulação estará. “No entanto, se essas estruturas forem usadas por muito tempo e não descansadas, a coluna vertebral fica inflamada e desestabilizada – o que gera dores cervicais e de cabeça originadas das tensões do pescoço”, afirma o especialista.

Aplique pesados

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Extensões capilares, como o megahair e apliques de tranças, também trazem algum tipo de impacto negativo à saúde e pedem atenção na hora de serem anexadas aos fios naturais.

Um dos sinais de que as extensões causam algum prejuízo à saúde da pessoa está relacionado à dor na coluna e na cabeça – incômodos muito comuns de serem notados nas três primeiras semanas após a aplicação.

“Dependendo do peso do aplique, o fio de cabelo é mais tracionado do couro cabeludo, gerando um sintoma de dor no próprio couro, que evolui para uma tensão reflexa na cabeça e pescoço – o que gera dor em ambos os lugares. Além disso, o novo peso do cabelo também exige uma adaptação do pescoço para se equilibrar, o que provoca um quadro de tensão no pescoço”, explica Porto.

Outro fator que muito comum de ser desencadeado por extensões capilares é a alopecia de tração.

Foi o caso da atriz Viviane Araújo, que recentemente precisou se submeter a um tratamento a laser para reverter o quadro de calvície desenvolvida após o uso de apliques de tranças no começo de 2018.

Penteados laterais

Penteados laterais, como tranças ou mesmo mechas únicas presas no estilo rabo de cavalo baixo, costumam trazer prejuízos à coluna pelo movimento inconsciente feito para manter o penteado intacto.

“Pessoas que usam o penteado lateral constantemente costumam rodar a cabeça mais para o lado oposto de onde o cabelo está, do que do mesmo lado da cabeça. A rotação frequente mais de um lado do que do outro gera um desequilíbrio muscular que pode causar alterações mecânicas na região cervical”, diz Porto.

Em outras palavras, o que acontece é que sempre que usamos mais um lado da coluna do que o outro, há uma sobrecarga maior que evolui para um desgaste localizado, que explica por que uma pessoa sente dor do lado direito e não do esquerdo, por exemplo.

Como evitar

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Algumas práticas ajudam a evitar os danos causados pelos penteados. No caso da dor cervical, é indicado o exercício de alongamento dos músculos do pescoço diariamente, técnicas de relaxamento e de respiração. “Isso ajuda a equilibrar, a relaxar a tensão dos músculos envolvidos e a aliviar o estresse”, diz o quiropraxista.

Quanto aos apliques, é recomendado que se busque materiais leves para a extensão capilar. As tranças, por exemplo, podem ser feitas com fibras do tipo jumbo ou kanekalon, muito populares.

Reversão dos danos

Os danos causados pelo uso dos penteados são reversíveis com a ajuda de um profissional da saúde.

O quiropraxista, por exemplo, irá investigar a origem da sobrecarga na coluna cervical e corrigi-la manualmente. “Desta forma, preserva-se o funcionamento da coluna de forma harmônica, com menores riscos de lesionar essas estruturas”, diz Porto.

A alopecia de tração também tem reversão. O primeiro passo do tratamento desse tipo de calvície é buscar a ajuda de um dermatologista.

Os métodos terapêuticos voltados para a condição englobam desde uso de medicamentos até procedimentos com uso de equipamentos específicos em consultórios.

“Aminoácidos, corticoides, complexos vitamínicos, como complexo B, queratina, zinco podem ajudar. Também pode-se realizar tratamento com laser e injeção de medicamento no couro cabeludo. Tudo para estimular o nascimento, o crescimento dos fios e parar a queda. Os resultados podem ser observados a partir de quatro a cinco meses”, conta a dermatologista Karla Assed, responsável pela clínica onde Viviane realiza do tratamento capilar.

Cabelos e saúde