Saúde da mulher no SUS: o que cobrar dos candidatos à Presidência

por | jun 30, 2016 | Saúde

Já tentou fazer mamografia e não conseguiu? E tratamento para infertilidade? Esses dois são apenas alguns dos problemas que a mulher pode encontrar ao tentar cuidar da saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Seja Aécio Neves ou Dilma Rousseff o candidato eleito, será preciso cobrar melhorias em alguns pontos em que o atendimento à saúde da mulher pelo SUS deixa a desejar. Concorda? Confira a seguir os pontos mais problemáticos e prepare-se para ficar de olho no que o futuro presidente fará para solucioná-los.

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Aborto

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 200 mil mulheres morrem anualmente após fazer aborto no Brasil. O Ministério da Saúde não reconhece esses números, mas admite que 81,9% das mortes maternas são causadas pela interrupção da gravidez. Enquanto parte da população vê a questão com viés religioso, outros encaram como problema de saúde pública e um tipo de violência contra a mulher. O que você pensa sobre a legalização do aborto?

Parto normal: medidas para incentivá-lo

As taxas de cesariana chegaram a 52% no Brasil no ano de 2011. Em 2012, 84% dos partos realizados por usuárias dos planos de saúde foram cesáreas, para o SUS, a porcentagem foi de 40%. Segundo a Organização Mundial de Saúde, esse número deve ser de, no máximo, 15%, afinal, apesar de ser um importante procedimento para gestações e partos de risco, a cesariana desnecessária aumenta as chances de mortalidade neonatal e materna.

Vacina contra HPV para mulheres de todas as idades

Em 2013, a Anvisa aprovou a indicação da vacina Papilomavírus humano 16 e 18 para mulheres de todas as idades acima de 9 anos. Atualmente, apenas as meninas com idade entre 11 e 13 anos são vacinadas gratuitamente.

Tratamento para infertilidade

Existem, no Brasil, apenas nove centros que recebem verbas do governo federal para fazer tratamento da infertilidade. Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Norte possuem esses centros, os demais estados dependem de serviços privados, filantrópicos ou vinculados a universidades.

Mamografia gratuita para todas

De acordo com auditoria realizada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), o Brasil tem hoje 1.286 mamógrafos funcionantes no Sistema Único de Saúde. Apesar dos números cumprirem a determinação do Ministério da Saúde de haver um mamógrafo para cada 240 mil habitantes, apenas 12% das mulheres entre 40 e 70 anos conseguem fazer mamografia pelo SUS.  A justifica para o baixo índice é a má distribuição de mamógrafos, que estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país. 

* Matéria publicada em 17/10/2014