O uso de omeprazol e outros remédios inibidores de bomba de próton (IBP) para azia, queimação e outros incômodos gastrointestinais pode aumentar em 25% o risco de morte nos pacientes em comparação àqueles que tomam anti-histamínicos para as mesmas condições.
É o que apresenta um estudo feito por pesquisadores de Missouri, nos Estados Unidos, publicado no jornal BMJ Open, que alerta para os perigos do uso desse tipo de medicamento para controle da acidez estomacal
Omeprazol e aumento de risco de morte: qual a relação?
Para avaliar os efeitos na saúde dos pacientes de maneira efetiva, os pesquisadores acessaram os dados de saúde de 6 milhões de pessoas por seis anos (até 2013 ou até a morte do usuário, o que acontecesse primeiro), para três análises comparativas.
Segundo os pesquisadores, pacientes que tomam inibidores de bomba de próton têm risco de morte 25% maior do que pacientes que tomam anti-histamínicos. Além do omeprazol, entram na lista o esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol ou rabeprazol, já os anti-histamínicos são ranitidina, cimetidina e famotidina.

O risco também aumenta conforme o tempo de tratamento e se o paciente ingere esse tipo de medicamento de maneira irrestrita, ou seja, sem instrução médica para a realização de tratamento.
Em comparação a quem não toma IBP ou nenhum outro tipo de remédio de combate à acidez estomacal, os níveis de risco são similares.
Efeitos colaterais da medicação
Os cientistas apontam sérios efeitos colaterais que comprometem a saúde dos usuários e, por isso, aumentam o risco de morte. Entre eles, o fato de que esse tipo de medicamento provoca o chamado estresse oxidativo, com o aumento dos radicais livres no organismo, e o encurtamento dos telômeros, estruturas repetitivas do DNA presentes nos cromossomos, associado ao envelhecimento.
O o meprazol já havia sido associado a problemas renais, se ingerido em excesso, de acordo com estudos publicados nos Estados Unidos. Também apresenta outros efeitos colaterais como demência, infecções de cólon e surgimento de fraturas ósseas em pessoas que têm osteoporose.
Cuidados ao tomar o remédio
De acordo com os pesquisadores, apesar da pesquisa não ser conclusiva e não revelar quais são as causas diretas do aumento do risco de morte de quem toma omeprazol e outros IBPs, os resultados apontam para a necessidade de “restrição das indicações de uso e do tempo de tratamento com IBPs”.

“Os resultados sugerem o aumento de risco de morte entre usuários de inibidores, que cresce entre aqueles sem problemas gastrointestinais e com duração prolongada de uso”, concluem os pesquisadores.
“A limitação do uso e do tempo de tratamento para casos em que o remédio é indicado (quando os benefícios são maiores que os potenciais riscos) precisa ser garantida”.
Em resposta a contato da redação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o estudo em questão não é de seu conhecimento e não opina sobre seus resultados.
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