Quem deve ou não usar máscara contra coronavírus e como?

Desde o início da pandemia de COVID-19, tanto órgãos de saúde brasileiros quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicavam o uso de máscaras apenas para profissionais da saúde, pessoas com sintomas e as que estão cuidando de pacientes da infecção. Conforme a pandemia evoluiu no País, porém, o Ministério da Saúde mudou a recomendação e passou a indicar o uso de máscaras caseiras para a população geral e, agora, ele tornou-se obrigatório no Estado de São Paulo.

Máscara contra o coronavírus

Assim como a influenza (gripe) e outras infecções virais, o SARS-CoV-2 – novo coronavírus descoberto na China em 2019 – é transmitido especialmente pelo contato de gotículas infectadas com as vias aéreas de uma pessoa saudável – e, como máscaras são usadas com o fim de evitar esse tipo de contágio, muitas pessoas já têm usado o acessório desde o início da pandemia.

Devido à escassez do produto no mundo inteiro, porém, a orientação inicial da OMS e do governo brasileiro era a de destinar as máscaras somente para pacientes sintomáticos e profissionais da linha de frente no combate ao vírus, mas, com o avanço da pandemia e estudos apontando que pacientes com sintomas imperceptíveis ou assintomáticos podem transmitir a doença, as diretrizes mudaram.

No Brasil, o uso de máscaras caseiras passou a ser indicado para toda a população no início de abril e, agora, um mês depois, começou a ser inclusive obrigatório no Estado de São Paulo.

Quando usar máscara?

Para pessoas que testaram positivo para COVID-19, a orientação é ficar em isolamento, mesmo dentro de casa. Caso precisem se aproximar de outra pessoa, devem usar a máscara (preferencialmente cirúrgica).

Para as pessoas que não estão com sintomas de gripe, a máscara é indicada somente ao sair de casa (para trabalhar ou acessar serviços essenciais, como mercado e farmácia), sendo descartada ou lavada ao voltar para casa.

Para quem passa horas fora de casa (no trabalho, por exemplo), ou para o caso de a máscara ficar molhada devido a tosse, espirro ou fala durante o uso, é indicado ter mais de uma unidade disponível para realizar a troca quantas vezes forem necessárias. Neste caso, armazene a máscara de tecido em um saco plástico com fecho hermético e só tire de lá quando for lavá-la. Máscaras descartáveis não devem ser lavadas ou reutilizadas.

Colocar e tirar máscaras requer cuidado

Apesar da orientação para que se use máscaras caseiras se for necessário sair de casa, utilizá-las de forma indevida pode fazer com que elas sejam, em vez de uma proteção, um vetor de contágio. Isso porque, caso a pessoa seja exposta a gotículas transmissoras do vírus, elas ficam na parte de fora, e a falta de cuidado ao tirar ou o manuseio indevido durante o uso facilitam a contaminação.

Além da higiene das mãos, do ambiente e dos materiais usados para fazer as máscaras, é extremamente importante não tocar o tecido durante o uso – já que, caso a pessoa, por exemplo, coce o nariz por cima da máscara, a mão pode contaminar o tecido e vice-versa. Uma vez tocada, a máscara deve ser substituída.

A máscara deve ser colocada de frente e diretamente sobre o nariz e a boca (e não, por exemplo, ser colocada sobre olhos ou testa e então puxada para baixo), e, ao retirá-la, também é necessário mantê-la virada para frente, evitando contorcê-la de modo que a parte frontal se vire contra o rosto. É muito importante realizar todo o manuseio somente tocando os elásticos, já que o toque no tecido pode comprometer a barreira.

Como higienizá-las?

Após a retirada, a máscara (de tecido) deve ser devidamente lavada. Segundo Mandetta, as máscaras caseiras de pano devem ser higienizadas a cada uso, e é possível usar água sanitária para realizar o processo. Além desta substância, também é possível lavá-las com água e sabão, como se faz com peças de roupa, e é ideal que os itens sequem ao sol.

Como fazer máscaras em casa?

As máscaras caseiras, que estão sendo indicadas pelo ministério da Saúde para ajudar na prevenção contra o novo coronavírus, são fáceis de fazer e há diferentes formas para isso.

A mais fácil é usar um quadrado grande de tecido, dobrá-lo ao meio duas vezes, obtendo um retângulo, e envolver as laterais com um elástico de cada lado. Dobre as pontas remanescentes em direção ao centro, de forma que os elásticos possam ser posicionados em torno das orelhas.

Também é possível costurar o tecido na máquina ou na mão. Todo este processo deve ser realizado com as mãos devidamente higienizadas (lavadas com água e sabão ou com álcool 70%), em uma superfície desinfetada e com tecido e elásticos limpos.

Confira diferentes formas de fazer máscara caseira:

Máscara é uma forma a mais de proteção: higiene ainda é principal medida

Um dos maiores medos de órgãos e profissionais de saúde quando se fala em recomendar o uso de máscaras pela população é a falsa sensação de segurança absoluta que elas passam – quando, na realidade, até médicos se contaminam por doenças na hora de remover tanto este item quanto outros equipamentos de proteção, como macacões e luvas.

Com isso, há, junto da recomendação sobre as máscaras, uma forte orientação para que as pessoas não descuidem dos hábitos de higiene já amplamente divulgados. Assim, lavar as mãos com frequência, higienizá-las com álcool em gel na ausência de água e sabão, não tocar o rosto, desinfetar superfícies de uso comum e praticar o distanciamento social seguem sendo medidas essenciais.

Máscaras profissionais não devem ser compradas

A recomendação ainda é que as pessoas usem apenas as máscaras caseiras. Isso, no caso, se deve à escassez das máscaras cirúrgicas, que devem ser destinadas a quem está na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Sem os devidos itens de proteção, médicos e enfermeiros podem se contaminar, e em meio à pandemia é essencial que estas pessoas estejam saudáveis e funcionais, cuidando dos doentes e prevenindo mortes.

Orientação sobre luvas continua a mesma

Luvas cirúrgicas, geralmente usadas por profissionais da saúde, também têm sido compradas e utilizadas pela população – mas a recomendação dos órgãos de saúde quanto a este item não mudou. Por enquanto, elas devem ser usadas apenas por médicos, enfermeiros e por aqueles cuidando de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Vale lembrar que, ao tocar uma superfície contaminada, tanto as mãos quanto as luvas são infectadas, sendo necessário evitar tocar o rosto em ambas as circunstâncias e descartar o acessório ou lavar as mãos na sequência – ou seja, o uso das luvas não oferece proteção ao coronavírus superior à higienização das mãos e pode até aumentar o risco devido à falsa sensação de segurança.

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