Que dieta é essa que Mayra Cardi faz na gravidez e diz que filha seguirá até 8 anos?

por | jun 6, 2018 | Saúde

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Em suas redes sociais, a health coach Mayra Cardi revelou que voltou a seguir uma dieta baseada em ingredientes crus, chamada “crudivorismo”, mesmo grávida. Além disso, outro detalhe que chamou atenção de seus seguidores foi o fato de que a esposa do ator Arthur Aguiar pretende oferecer o mesmo tipo de cardápio para a bebê logo após a amamentação.

“E aqui eu retorno a minha paixão com o crudivorismo e se inicia uma alimentação de como será a vida da Sophia Cardi Aguiar por toda a vida ou por muitos anos até que ela possa entender, estudar e decidir se segue com a alimentação raw food ou trocar tomando outros caminhos que desejar”, escreveu Mayra em seu Instagram.

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“Enquanto ela [Sophia] estiver na minha barriga e até completar 8 anos de idade, assim como toda mãe, quem decide sou eu – obviamente com a aprovação do pai – e assim fizemos antes mesmo de gerar essa vida. Claro que sempre vou querer o melhor para ela, assim como faço com o Lucas [filho mais velho de Mayra], brigo e pego no pé para o melhor que eles podem ser. Sempre a saúde em primeiro plano”, finalizou Cardi na rede social.

O que é o crudivorismo?

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Conforme conta a nutricionista Clarissa Fujiwara, o crudivorismo ou raw food (“comida crua” em tradução literal do inglês) consiste em um padrão alimentar que envolve, basicamente, o consumo de alimentos crus em todas as refeições ou boa parte delas, sendo dispensado qualquer tipo de cocção.

Existem, é claro, variações dentro desse conceito, como os mais radicais, que se alimentam apenas de comida crua e natural, de forma exclusiva.

Porém, a nutricionista explica que é mais comum ver pessoas que baseiam cerca de 70% do cardápio nos ingredientes crus e o restante é contemplado por alimentos submetidos a algum procedimento de cozimento, como o feito até 42º C.

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O que pode comer?

  • Frutas in natura, desidratadas e na forma de sucos ou smoothies;
  • Legumes e verduras cruas ou fermentadas;
  • Oleaginosas (como nozes, castanhas, amêndoas cruas), bem como derivados, como leites vegetais e manteigas;
  • Cereais e leguminosas crus;
  • Brotos e sementes;
  • Óleos prensados a frio, como azeite de oliva e de coco;
  • Algas marinhas;
  • Em alguns casos, podem ser incluídos também ovos crus, laticínios não pasteurizados, carne e peixe crus.

Benefícios

A nutricionista conta que um dos argumentos a favor desta alimentação é o de que, ao comer ingredientes crus ou minimamente alterados, há menos perda de micronutrientes, como as vitaminas, e a desnaturação de proteínas.

Além disso, não há consumo de produtos refinados, como farinhas e açucares, e produtos ultraprocessados, resultando em menos produtos nocivos para o organismo digerir.

Outro ponto importante é que com o alto consumo e variedade de frutas, verduras e legumes no cardápio, há uma maior ingestão de fibras alimentares, importantes para o bom funcionamento intestinal e, consequentemente, para a manutenção da microbiota intestinal e fortalecimento do sistema imunológico.

Possíveis riscos

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“É claro que manter uma alimentação baseada em itens naturais e da terra é importante para a saudabilidade do organismo. No entanto, é necessário avaliar outros pontos importantes, como o risco de contaminação dos alimentos, já que o cozimento deles serve justamente para eliminar possíveis agentes indesejáveis do organismo, ou mesmo a dificuldade mental em manter um cardápio mais restrito como esse”, comenta a nutricionista.

No caso da esterilização dos alimentos, temperaturas elevadas eliminam grande parte do potencial de microorganismos que causam doenças. E na alimentação crua isso não acontece.

Por isso, é preciso tomar cuidado redobrado com a higienização dos alimentos e sua procedência.

“Sabe-se também que a biodisponibilidade de alguns nutrientes aumentam com o aquecimento do alimento. E há ainda outros benefícios desse processo, como a redução de ingredientes ‘antinutricionais’, como o ácido fítico, capazes de prejudicar a absorção de alguns nutrientes pelo organismo, como ferro, cálcio e zinco, em alguns vegetais como o feijão”, conta Clarissa.

Crudivorismo na gravidez

Conforme explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, se a gestante faz um pré-natal correto, está ganhando peso de forma saudável e adequada, os exames estão em dia e o médico liberou, não há grandes problemas em seguir uma alimentação baseada em alimentos frescos e crus.

“Tudo precisa ser muito bem monitorado pelo profissional de saúde que acompanha essa gestante”, afirma Mantelli. “No entanto, em casos de mulheres que seguem cardápios mais restritos, como também vegetarianas e veganas, é preciso monitorar com frequência as taxas de vitaminas e nutrientes”, explica o especialista.

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Isso porque uma alimentação baseada em alimentos crus pode ter uma oferta menor de algumas vitaminas e minerais importantes, principalmente para a gestação.

É o caso da vitaminas A e do complexo B, magnésio, zinco, selênio, iodo, cálcio, potássio. “É preciso fazer exames e suplementar de uma forma individualizada”, aponta o obstetra.

Ele conta, ainda, que não poderia impor a uma grávida que mude sua alimentação por conta da gravidez, mas que é possível monitorar e suplementar, a fim de oferecer todo aporte nutricional de que o bebê necessita para crescer de forma adequada.

“A ausência da proteína animal é, sem dúvida, um ponto importante e que precisa ser suplementado”, conta o ginecologista, que sugere, ainda, o acompanhamento com um nutricionista para quem desejar esse tipo de alimentação.

Criança pode se alimentar só de comida crua?

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Antes de mais nada, a nutricionista Clarissa Fujiwara reforça uma recomendação dos profissionais de saúde, de que é indispensável o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade do bebê e que só a partir daí comece a introdução da alimentação complementar.

Para quem deseja inserir esse tipo de rotina alimenta na vida dos filhos, a nutricionista explica que no longo prazo pode ser algo complicado.

Um dos motivos seriam as implicações sociais no desenvolvimento dessa criança, como o que comer na escola, em festas de aniversário e comemorações.

“Além disso, a baixa ou não inclusão de grupos alimentares importantes, como lácteos, carne vermelha, frango, ovos e peixes, pode, de fato, causar deficiência de alguns micronutrientes”, explica a nutricionista.

“Isso aplica-se especialmente à vitamina B12, cálcio e, em menor proporção, vitamina D e até proteínas, necessárias para a manutenção dos músculos e o desenvolvimento em crianças, adolescentes e adultos.”

A indicação é a mesma do caso das gestantes: buscar orientação especializada e individualizada para mapear as peculiaridades da criança e oferecer a ela o melhor plano alimentar para seu caso.

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