Matéria atualizada em 13/01/2020, às 18h27
Após informar os seguidores de que estava internado com uma infecção generalizada desenvolvida a partir da ingestão de um iogurte vencido, o humorista Carlos Alberto de Nóbrega, de 83 anos, voltou a se pronunciar sobre o quadro de saúde em seu perfil no Instagram, afirmando que seu problema é, na realidade, mais sério do que havia pensado. Após exames realizados no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, o apresentador foi diagnosticado com uma prostatite, infecção que ocorre na próstata.
“Não tem nada a ver com o que eu comi ou deixei de comer. Poderia até ser melhor se fosse aquilo”, afirmou o apresentador, indicando que seu quadro de saúde é mais sério do que pensava.
Carlos Alberto tem infecção na próstata
Usando a ferramenta Stories da rede social, Carlos Alberto fez alguns vídeos para esclarecer o estado de saúde, afirmando estar internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Nos posts, ele disse que tudo começou na última quarta-feira (8 de janeiro), quando, sem se atentar às informações da embalagem, ele comeu um iogurte que já havia passado da validade, o que teria causado uma infecção no trato digestivo.
Algumas horas depois, porém, ele retornou à rede social para explicar que havia cometido um engano; segundo o humorista, o iogurte vencido nada tem a ver com seu quadro de saúde, e o problema, na realidade, está na próstata. “Foi uma incrível coincidência. O que eu tenho, depois de vários exames feitos aqui, é uma prostatite e bacteremia [bactérias no sangue]”, escreveu ele, que riu do engano.
O boletim médico publicado pelo hospital confirma o quadro de infecção na próstata acompanhada da presença de bactérias no sangue – problema que, se não tratado de forma assertiva, pode se tornar crônico e afetar a fertilidade do homem.
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Prostatite e bacteremia
Localizada abaixo da bexiga e acima do intestino reto, a próstata faz parte do aparelho reprodutor masculino, com a função de auxiliar na produção do sêmen – e, embora o câncer de próstata seja a doença que as pessoas mais conhecem quando o assunto é esta glândula, ela também pode adoecer de outras formas, como com a ocorrência de uma prostatite.
Segundo o Hospital Sírio Libanês, o que se entende por prostatites são os processos inflamatórios ou infecciosos que podem ocorrer na região e que são bastante comuns, especialmente em homens adultos. Sob suspeitas da doença, o hospital desaconselha a execução de exames de toque retal ou uso de sondas, afirmando que isso pode fazer as bactérias se espalharem pelo sangue – o que caracteriza a bacteremia.
Apesar de a presença de bactérias no sangue não ser o mesmo que uma infecção generalizada, a primeira condição pode evoluir para a segunda caso não seja tratada, e isso possibilita a ocorrência de um choque séptico – quadro resistente em que todo o organismo é afetado pela infecção e tem suas funções alteradas, podendo levar à morte.
De acordo com informações da Mayo Clinic, ter febre após fazer uma extração dental, ter uma ferida infeccionada ou passar um período hospitalizado é um sinal da bacteremia e indica a necessidade de buscar atendimento médico.
Causas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a prostatite pode ser aguda ou crônica e, em geral, as duas estão relacionadas a infecções urinárias. Além disso, ela também pode surgir pelo refluxo de urina para os dutos prostáticos, pela passagem de bactérias que habitam o reto para esta região através dos nódulos linfáticos ou ainda a chegada de bactérias pela corrente sanguínea, que irriga a glândula.
Há, no entanto, fatores que facilitam o surgimento da infecção na próstata; de acordo com o Hospital Albert Einstein, a presença de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), ansiedade e estresse (que tendem a causar espasmos do músculo do esfíncter e gerar o refluxo de urina), a prática de sexo anal, anomalias no trato urinário e a realização de exames invasivos na uretra podem ter relação com a prostatite.
Sintomas
No caso da prostatite aguda – cujos sintomas aparecem de maneira repentina -, a doença se manifesta de forma grave; como a próstata fica inchada, o canal da uretra acaba comprimido, causando febre, calafrios, dores fortes ao urinar, incapacidade de esvaziar a bexiga, sensação de queimação e até a presença de uma substância parecida com pus na urina.
Já no caso da prostatite crônica – que evolui de forma lenta -, o sintoma mais característico do problema é a ocorrência de infecções urinárias persistentes e resistentes (ocasionadas pela permanência da bactéria causadora da doença no líquido produzido pela próstata).
Tratamento e prognóstico
Ainda que a prostatite tenha cura, o tratamento deve ser administrado rapidamente – especialmente em um quadro que envolve a bacteremia. Isso, em geral, é feito a partir da administração de antibióticos cujos ciclos podem ser repetidos de acordo com o desenvolvimento da doença. No caso de haver um abcesso na próstata, ele é devidamente drenado.
Para reduzir a inflamação, também podem ser receitados anti-inflamatórios, e as recomendações médicas para a melhora podem incluir evitar banhos quentes, alimentos condimentados, bebidas ácidas ou com cafeína e atividades que exercem pressão sobre a próstata (como andar de bicicleta ou andar a cavalo). Embora a cura seja possível, porém, boa parte dos pacientes desenvolvem alterações na fertilidade.
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Prevenção
Em geral, bons hábitos de higiene são o principal quando se fala em prevenir prostatites, bem como o uso de camisinha para praticar sexo anal e diminuir o número de parceiras ou parceiros sexuais. Além disso, após os 40 anos, é preciso fazer visitas frequentes ao urologista para monitorar a saúde da próstata.
