Não, a pílula do dia seguinte não é abortiva porque se o ovo já estiver grudado no útero, a pílula de emergência não terá nenhum efeito. Quando a gravidez já está estabelecida, esse é um processo que a pílula do dia seguinte não consegue interromper. O contraceptivo pode agir antes ou depois do processo de fertilização, mas nunca após a nidação do feto ao útero.
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O contraceptivo de emergência, ou pílula do dia seguinte, pode agir de duas maneiras, dependendo de que período do ciclo menstrual a mulher se encontra. Caso ela ainda não tenha ovulado, esse método impede a liberação do óvulo. Assim, os espermatozoides não encontram a parte feminina necessária para a fertilização e, portanto, não há fecundação.
Caso a mulher já tenha ovulado, a pílula age de outra forma: altera a secreção vaginal, agindo no muco cervical e no endométrio, tornando o ambiente hostil. Dessa maneira, os espermatozoides não conseguem chegar até as trompas: eles morrem pelo caminho, impedindo a fecundação. O mecanismo principal da pílula de emergência é evitar a ovulação da mulher e impedir que o espermatozoide chegue ao óvulo.

No entanto, numa situação em que o espermatozoide já se uniu ao óvulo, mas ainda não se fixou no útero (a nidação ainda não ocorreu), a pílula de emergência também consegue interferir no processo. Ela altera a camada interna do útero, o endométrio, impedindo a fixação do ovo, que será eliminado junto com a menstruação.
Agora, se o ovo já estiver se fixado ao útero, a pílula do seguinte ou o contraceptivo de emergência não terá nenhum efeito. Uma vez que gravidez esteja estabelecida, a pílula não é capaz de interrompê-la e, mesmo que a mulher tome o remédio, o embrião não sofrerá nenhuma consequência.