Para poder viajar tratando câncer, Ana Furtado precisou até de roupa especial

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Ana Furtado tem compartilhado em suas redes sociais cada passo importante na luta contra o câncer. O mais recente deles foi conseguir concretizar uma viagem em família, marcada meses antes da descoberta da doença.

“Programamos uma viagem em novembro de 2017 e quando recebi o meu diagnóstico, em março de 2018, ela se tornou uma dúvida… ‘Será que ela vai conseguir? Vamos cancelar?’. Em nenhum momento duvidei de que estaria aqui”, compartilhou a apresentadora em suas redes sociais.

Apesar de alguns cuidados necessários, pessoas em tratamento contra o câncer, como Ana Furtado, podem, na maioria das vezes, viajar. Seguindo, é claro, alguns cuidados básicos.

Quem tem câncer pode viajar?

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Segundo explica Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia, de São Paulo, há alguns fatores importantes que devem ser ponderados com o médico que acompanha o caso antes de embarcar para uma viagem.

Isso porque os tratamentos contra o câncer podem acarretar em diversos efeitos colaterais ao paciente, dificultando a locomoção e até mesmo a qualidade de vida momentânea dele.

Como é comum a imunidade cair, já que células saudáveis acabam sendo mortas também, a apresentadora ficou com o organismo sensível, a pele muito fina, teve alterações no intestino, náuseas, enxaquecas, inflamação nas mucosas orais e precisou tomar remédios para estômago constantemente.

Tipo de viagem

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O estado de saúde de cada paciente em tratamento vai depender muito de como anda sua imunidade, o tipo de câncer, genética etc.

Mas, segundo conta Soares, é preciso pensar no conforto ao escolher para onde viajar. Isso significa evitar lugares que exijam muito do físico para serem visitados. Já que há remédios que debilitam muito o sistema imunológico, e um destino que exige muitas caminhadas, por exemplo, pode acabar interferindo ainda mais no funcionamento do organismo.

Os medicamentos ainda podem causar alguns efeitos colaterais como sensibilidade da pele de algumas partes do corpo e, em uma situação de muita caminhada, é possível causar ferimentos mais importantes.

Outra preocupação pertinente, é sobre as temperaturas do local de viagem. Lugares muito frios ou muito quentes também podem causar desconforto ao paciente.

Tempo da viagem

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A quantidade de dias em que o paciente estará ausente de casa é preciso ser muito bem calculada também. Isso porque há tratamentos que necessitam de visitas constantes ao hospital e/ou consultório médico.

“Antes de mais nada, a pessoa precisa estar atenta aos retornos ambulatoriais ou no consultório médico. No caso de quimioterapia ou radioterapia, é importante que não sejam postergadas sessões do tratamento, já que isso pode afetar os resultados e a saúde do indivíduo”, afirma Soares.

Efeitos colaterais

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Entre os tipos de combate ao câncer, os mais usados são quimioterapia, com aplicação, ambulatorial, ou em forma de remédios de via oral, comprimidos para terapia-alvo, imunoterapia ou hormonioterapia. A pessoa pode precisar de aplicações, comprimidos e assim por diante.

E muitas vezes há efeitos colaterais adversos, como diarreia, náuseas, dores pelo corpo, etc. Por isso, é preciso que a pessoa pondere seus passeios e local em que estará para isso. “Ela precisa pensar em seu conforto durante os dias de lazer, prevendo possíveis efeitos colaterais e estar perto, ainda, de algum hospital, caso aconteça algo mais sério”, afirma o oncologista.

Alimentação

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Até mesmo quem não está lutando contra um câncer precisa se atentar ao estilo de alimentação do destino para onde vai. Isso porque mudar radicalmente o hábito alimentar pode estressar o organismo, além de sobrecarregá-lo.

“É o caso de comidas muito apimentadas ou condimentadas, que podem irritar o estômago e impactar no sistema digestivo”, conta o especialista.

Exposição ao sol

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Assim como Ana Furtado cita em suas publicações, o oncologista Andrey Soares reforça os cuidados essenciais com a exposição ao sol.

Durante o tratamento contra o câncer, os medicamentos são usados para combater as células cancerígenas. No entanto, muitas células saudáveis também são impactadas nesse processo. Por isso, é possível que a pele fique mais sensível e a exposição ao sol precise ser menos frequente e com cuidados redobrados.

“Esses foram os 10 minutos de sol e mar mais maravilhosos e intensos da minha vida. Para quem ficou preocupado sobre a minha exposição solar, quero dizer que estou sendo orientada pelos meus médicos, ficando no máximo 15 minutos no sol por dia com protetor 100 FPS em um horário adequado”, contou Ana em seu Instagram, além de enfatizar o uso de roupas com proteção solar e acessórios como chapéu e óculos para evitar os raios solares.

“Todos os pacientes devem apostar em bons protetores solares, no corpo e no rosto, mesmo sem exposição direta ao sol, que deve ser feita com cautela e orientação do especialista”, conta Soares. Além disso, peças de roupa ultravioletas, óculos de sol, chapéu, e estar sempre em local protegido de raios solares.

Risco de trombose

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Pacientes que fazem quimioterapia e até mesmo outras apostas de tratamento podem ter risco elevado de desenvolver trombose, doença que causa obstrução de uma ou mais veias ou artérias profundas.

Ela surge em decorrência da formação de coágulos que impedem a passagem correta do sangue pelo corpo, podem ter consequências graves, como a embolia pulmonar e até a morte.

“É preciso também que a pessoa avalie por quantas horas precisará viajar e, se for o caso, conversar com o médico vascular para a possibilidade de usar meias de compressão e até medicamentos para evitar coágulos”, conta Soares.

Além disso, é claro, pessoas em tratamento ou não precisam estar atentas a movimentar o corpo durante viagens, procurar fazer movimentos durante o trajeto e manter uma hidratação adequada.

Ana Furtado enfrenta o câncer