Frequentemente utilizados no tratamento de azia, queimação e refluxo, antiácidos podem causar câncer de estômago, segundo um estudo conjunto de universidades da China e Inglaterra.
Entre a classe de medicamentos, está o famoso Omeprazol e os também conhecidos Pantoprazol e Lansoprazol.
Omeprazol aumenta risco de câncer: estudo
Um artigo científico publicado no periódico Gut revelou que os remédios cujo princípio ativo são os inibidores da bomba de prótons (PPIs) aumentam em 2,4 vezes o risco de câncer de estômago.
Esses medicamentos diminuem a produção de ácido pelo estômago e são comumente usados no combate a úlceras, dores no estômago, gastrite e refluxo.
O Omeprazol é o mais reconhecido da classe, fama que o levou a ser o remédio mais vendido no mundo no fim dos anos 1990.
Outros estudos já comprovaram relação
O uso de antiácidos deste gênero já foi ligado ao desenvolvimento de câncer de estômago em outras pesquisas, mas a relação ainda não havia sido confirmada devido a outros fatores de risco concomitantes, como a bactéria Helicobacter pylori.
Na nova pesquisa, os cientistas da Universidade de Hong Kong e da Universidade College London analisaram 63,4 mil casos de cidadãos de Hong Kong.
Todos tomaram antiácidos – metade com PPIs e a outra parte com outros princípios ativos – por períodos prolongados durante nove anos, ao mesmo tempo em que usaram antibióticos contra a H. pylori. A junção dos tratamentos fez com que a bactéria ficasse inativa e não pudesse influenciar o resultado.
Risco aumenta com tempo de uso
Ao fim do estudo, foi constatado que os pacientes que usaram os remédios PPIs diariamente tiveram quatro vezes mais câncer do que os que o tomavam semanalmente.
Já quem usou a droga por mais de um ano ficou cinco vezes mais propenso a desenvolver a doença e quem usufruiu dela por três anos ou mais teve risco oito vezes maior.
Causas
Como o estudo foi 100% estatístico, não foram citadas as possíveis causas que relacionam os medicamentos da classe do Omeprazol ao câncer de estômago.
Entretanto, o uso destas drogas não deve ser totalmente descartado já que, mesmo de forma prolongada, aumenta pouco o risco absoluto. Apesar disso, vale conversar com um médico sobre os benefícios e riscos da terapia.
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