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O que se sabe sobre o novo vírus descoberto na China com “potencial pandêmico”

Publicado 30 Jun 2020 – 11:13 AM EDT | Atualizado 30 Jun 2020 – 11:13 AM EDT
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Em meio à pandemia do novo coronavírus, um estudo alerta para a descoberta de uma nova variação do H1N1, o vírus causador da doença que ficou conhecida como gripe suína e também foi responsável por uma pandemia em 2009. Por enquanto, ele não apresenta transmissão entre humanos, mas sua presença em pessoas que lidam com porcos na China traz a necessidade de monitoramento.

Variação do H1N1 com "potencial pandêmico" é descoberto

Publicado no periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America” (PNAS), o estudo em questão consiste em um monitoramento de suínos na China realizado entre os anos de 2011 e 2018 e, neste período, a maior descoberta dos cientistas foi a do G4 EA H1N1, como foi batizada a nova cepa do A/H1N1 pdm09, causador da pandemia de gripe suína de 2009.

Conforme explica o estudo, suínos são considerados grandes hospedeiros intermediários para os vírus influenza pandêmicos e, além de a nova cepa do vírus ter sido encontrada nos animais, um bom número de trabalhadores que lidam diretamente com eles demonstrou, em testes sorológicos, contato prévio com ela. Isso significa, portanto, que o vírus já tem capacidade de ser transmitido de animais para humanos.

Isso, segundo os pesquisadores, aumenta as chances de ele se modificar e se adaptar cada vez mais no organismo humano e, somando isso às características dele, o resultado é um "potencial pandêmico" alto. De acordo com o estudo, assim como o vírus da gripe suína, o G4 EA H1N1 tende a se reproduzir no revestimento das vias aéreas humanas e, em testes feitos em furões, apresentou alta transmissibilidade por aerossóis (gotículas).

Além disso, o vírus também aparenta ter uma “preferência” por uma faixa etária específica – conforme mostram os testes sorológicos conduzidos pelo estudo, 10,4% dos trabalhadores que lidam com suínos (35 em 338) demonstraram contato com o vírus e, entre eles, há uma predominância de pessoas entre os 18 e os 35 anos.

Apesar de o vírus, por agora, não ser uma grande ameaça, seu potencial, segundo os pesquisadores, aponta para uma grande necessidade de controlar esta cepa em suínos e monitorar de perto as pessoas que lidam com eles para prevenir outra possível pandemia ligada ao H1N1 (que, em 2009, fez mais de 284 mil vítimas pelo mundo).

Conforme demonstrou a pesquisa, a imunização já existente contra o H1N1 – administrada anualmente na vacina da gripe – não é eficiente contra esta nova cepa, mas, conforme apurou o veículo britânico “BBC”, há a possibilidade de atualizar esta imunização para que ela também atue com eficácia contra o G4 EA H1N1 caso seja necessário.

H1N1: informações úteis

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