Pode a música certa, no volume certo, afetar o curso das doenças, acalmar os nervos ou melhorar a qualidade de vida? Estudos afirmam que sim. E o efeito Mozart? A música clássica deste compositor pode realmente deixá-lo mais inteligente? Estudos indicam que escutar Mozart melhora, sim, o QI.
Foi feito um estudo envolvendo alunos de uma faculdade americana que escutaram a 20 minutos de Mozart, e em seguida, realizaram uma tarefa de dobrar e cortar papel. Eles se saíram melhor do que aqueles que tinham ouvido música diferente. Entretanto, há controvérsias. Uma revisão da literatura científica revela que não há provas de que Mozart aumente a inteligência, mas sim, que o “efeito Mozart” pode ocorrer sempre que estiver exposto a um estímulo, neste caso, exposto à música da qual se gosta mais.
Nesse contexto entra a musicoterapia. Onde os sons são usados para melhorar o estado, ou proporcionar mais conforto aos pacientes. A terapia pode ser individual, ou em grupos, onde se toca, faz-se a composição de músicas, ou a criação e discussão de letras. Alguns musicoterapistas integram o movimento da dança. O interessante é que algumas são feitas à beira do leito, ou mesmo durante a cirurgia quando o paciente está sob anestesia. Isto baseia-se no princípio de que o corpo responde melhor ao ouvir a música. O cérebro, teorizam especialistas, é programado para responder à batida regular e ao ritmo da música. Batidas mais lentas podem abrandar as ondas cerebrais para baixo e induzir ao relaxamento, mais fortes podem estimular o cérebro.
Embora os pesquisadores não tenham essas teorias completamente testadas, sabe-se que a parte do cérebro envolvida na percepção musical está intimamente ligada com a parte que controla as emoções. Também é uma verdade geralmente aceita pelos médicos, que reduz o stress e pode ajudar as pessoas a controlar os sintomas de doenças. Os benefícios estão ligados à pressão arterial, melhora do sono e redução da ansiedade. Os pacientes com câncer que recebem a terapia de música tendem a ficar com menos ansiedade, náuseas e dores nas fases iniciais do tratamento. Os doentes com AVC não só têm mais motivação e melhora no humor, mas uma recuperação mais rápida do movimento.
A musicoterapia pode beneficiar crianças e adultos com deficiência intelectual e adultos com doença de Alzheimer, pois está intimamente ligada a outras formas de redução de stress. Pode também ser útil para a depressão, transtornos de ansiedade e para a memória. Mas não se iluda. Doses diárias de Mozart não vão limpar suas artérias ou corrigir uma válvula cardíaca defeituosa. A música pode ajudar a facilitar a recuperação de um procedimento cardíaco, levá-lo de volta ao normal depois de um ataque cardíaco ou derrame, aliviar o stress, e talvez até baixar a pressão arterial um pouco.
Se quer ir treinando antes de encontrar um especialista com quem possa marcar e ter consultas, selecione alguma música que o faça sentir-se bem. Em seguida, sente e ouça- a por 20 minutos, mais ou menos. A música pode fazê-lo rir ou chorar, irritá-lo ou acalmá-lo. Alguns dizem que é boa para a alma. Médicos da Universidade de Harvard, em Estados Unidos, afirmam que é boa mesmo é para o coração.