Mulheres que gostam de acordar cedo têm menos chances de ter câncer de mama

dezembro 20, 2018

O câncer de mama é uma doença que atinge mais de um milhão de pessoas anualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, e é uma das principais causas de morte feminina, inclusive no Brasil.

Idade e histórico familiar são alguns dos fatores de risco mais conhecidos para o desenvolvimento da doença, no entanto, um estudo recente feito na Universidade de Bristol, no Reino Unido, descobriu um hábito inusitado que parece impactar no surgimento do quadro: acordar cedo.

Acordar cedo e câncer de mama

Os pesquisadores encontraram resultados que relacionam o hábito de acordar cedo com um menor risco de desenvolver a doença – o motivo disto, no entanto, ainda não foi desvendado.

A pesquisa foi feita a partir de um método de análise de dados, no qual 341 fragmentos de DNA que controlam o relógio biológico das pessoas foram observados. Cada pessoa tem seu próprio relógio biológico, que a torna alguém com hábitos diurnos ou noturnos – e impacta todo o resto de sua vida, desde humor até propensão a ataque cardíaco.

Pessoas diurnas x pessoas noturnas

Os cientistas analisaram 180 mil participantes do UK Biobank, um banco de dados do Reino Unido, e cerca de 230 mil mulheres do consórcio internacional contra o câncer de mama.

Nesta pesquisa, descobriram que pessoas geneticamente programadas para serem diurnas tinham menos riscos de ter câncer de mama em comparação com as de hábitos noturnos.

Os fragmentos de DNA são definidos logo quando nascemos – sem interferência de outros fatores de risco para o câncer, como a obesidade – portanto os pesquisadores confiam que, de fato, o relógio biológico está associado a esse tipo de câncer.

Há conclusões?

Ainda há muitas perguntas em aberto o que faz com a pesquisa necessite de aprofundamento e revisão para entender a relação de causa e efeito e seus motivos.

Mas dentro do que foi analisado, no histórico de oito anos de vida de uma mulher, duas em cada 100 mulheres com hábitos noturnos desenvolveram a doença, comparado à 1 em cada 100 mulheres diurnas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já atentou para a possibilidade do trabalho noturno que se sobrepõe ao relógio biológico ser um fator de risco para o desenvolvimento do câncer.

Contudo, nenhuma pesquisa tinha sido feita até então correlacionando os diferentes padrões de sono à causa de câncer.

Ainda que estejam em fase probatória, são dados interessantes para repensar a importância da qualidade de sono na vida de uma pessoa.