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O cantor Jefferson Fernandes Luiz, mais conhecido como MC Sapão, morreu aos 40 anos, na última sexta-feira, 19 de abril. O artista ficou nove dias internado para tratar um quadro de gripe que evoluiu para pneumonia, mas acabou não resistindo.
Inicialmente, o artista foi atendido pelo Hospital Municipal Rocha Faria, no Rio de Janeiro, onde ficou sob os cuidados do Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Posteriormente, foi transferido para o Hospital dos Servidores do Estado do RJ, onde faleceu.
“A causa da morte, segundo laudo médico do Dr. Marcelo Rodrigo de Souza, foi: choque séptico, pneumonia e insuficiência cardíaca”, diz o informe oficial emitido pela assessoria de imprensa do funkeiro.
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Morte de MC Sapão: por que pneumonia foi mais grave?
A pneumonia de Sapão começou, conforme comunicado enviado ao VIX por sua equipe, durante a recente turnê do cantor pelo Brasil.
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Devido às variações de temperatura nos locais onde o cantor realizava seus shows, ele acabou contraindo uma gripe que culminou em uma pneumonia.
Porém, no hospital, foi constatado que o quadro de Sapão necessitava de cuidados especiais, já que duas doenças pré-existentes no cantor estavam agravando seu estado de saúde: a obesidade e a diabetes.
Pneumonia: entenda a doença
Quando uma gripe se transforma em pneumonia

A pneumonia consiste em uma infecção pulmonar causada por vírus ou por bactéria. A maior parte das pneumonias bacterianas é causada por germes naturais do corpo que se proliferam, causando infecções quando ocorre a queda da defesa natural.
“As bactérias da faringe e da cavidade oral se aproveitam da queda da imunidade e criam a infecção”, comenta João Marcos Salge, pneumologista do HCor e especialista em doenças respiratórias.
Já a pneumonia viral é diferenciada de uma bacteriana por ser causada pelos mesmos vírus que causam resfriados e gripes.
“Se o vírus da gripe conseguir acometer os alvéolos pulmonares, desenvolve-se a pneumonia”, explica Salge.
Embora se conheça a causa da pneumonia viral, ainda não são conhecidos os mecanismos que fazem com que os vírus sejam capazes de provocar a pneumonia.

Sintomas da pneumonia
Os sintomas da pneumonia são muito parecidos com os da gripe e se caracterizam pela febre acima de 38°C, tosse, catarro, dores pelo corpo, mal-estar generalizado, falta de ar, pressão baixa e até desmaios e costumam durar mais ou menos sete dias.
Obesidade e diabetes: por que agravam a pneumonia?

Diferentes fatores podem tornar a pneumonia um quadro grave, como doenças respiratórias associadas, doenças crônicas e imunidade baixa.
De acordo com o pneumologista Oliver Nascimento, médico assistente da disciplina de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista da farmacêutica GSK, as complicações acontecem porque o tratamento da doença com antibiótico faz apenas uma parte do combate. A outra cabe ao organismo do paciente que, se estiver debilitado, será prejudicada.
No caso de MC Sapão, as duas doenças crônicas que o cantor apresentava antes da pneumonia eram a obesidade e a diabetes – quadros clínicos que oferecem riscos a quem está com a infecção pulmonar.
De acordo com uma pesquisa publicada no periódico científico Journal of Obesity, o sobrepeso na juventude, por exemplo, está associado a maiores chances de óbito por pneumonia.
Além disso, é comum que pessoas com obesidade desenvolvam outras doenças crônicas ligadas ao sobrepeso, como a diabetes.
Essa última acaba deixando o organismo mais debilitado, o que em caso de pneumonia pode oferecer riscos.
Tratamento da pneumonia

O tratamento de pneumonia envolve uso de medicamento como antibióticos e antivirais, dependendo do tipo da doença diagnostica no paciente.
Há ainda pacientes que não podem tratar o quadro em casa e precisam ficar em observação, internados no hospital.
De acordo com Salge, a internação é recomendada quando existem critérios de gravidade, como repercussão hemodinâmica, que indica que a inflamação está ganhando uma extensão sistêmica. “É quando sintomas como pressão baixa, não urinar ou coração acelerado aparecem”, afirma o especialista.
Outro sinal mais grave é a confusão mental ou até mesmo insuficiência respiratória. E, segundo explica o especialista, alterações como essas costumam ser mais comuns em idosos.