Alguns eventos na vida reprodutiva da mulher, como menstruar cedo, sofrer aborto, passar por cirurgia de remoção do útero e outros aumentam o risco de doenças cardiovasculares, em especial duas: ataque cardíaco e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A descoberta foi feita por um estudo realizado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, que buscou relacionar os fatores reprodutivos de risco na população feminina.
Doenças cardiovasculares em mulheres
O estudo, publicado no BMJ Journal Heart e feito por pesquisadores do Instituto George de Saúde Global, da Universidade de Oxford, levou em conta uma base de dados com mais de sete anos de acompanhamento de 267.440 mulheres.
Nenhuma delas tinha registro de eventos cardíacos ou vasculares ao início da análise. Elas tiveram de preencher um questionário com informações sobre seu estilo de vida, ambiente e histórico médico, que incluía uma gama de fatores reprodutivos.
Durante o período de sete anos de análise, foram registrados 3.078 casos de episódios cardiovasculares nas participantes. A partir disso, a análise descobriu alguns fatores associados ao maior risco destas intercorrências.
Fatores de risco
Um dos fatores observados foi a idade da menarca. Outro estudo já havia mostrado que a idade da primeira menstruação tem influência na saúde.
Este revelou especificamente que mulheres que menstruaram antes dos 12 anos apresentaram perigo 10% maior de sofrer ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) na vida adulta do que aquelas que tiveram a menarca a partir dos 13 anos de idade.
Abortos anteriores também foram associados a riscos: cada evento desses aumentou em 6% a chance de ataque cardíaco. Casos de natimortalidade, quando o feto nasce morto, contribuíram para um aumento de 22% no risco de doenças cardiovasculares no geral e 44% de AVC.
Histerectomia, a cirurgia para retirada do útero, demonstrou relação com risco aumentado de episódios cardiovasculares (12%) e de doenças cardíacas (20%).
Além disso, quanto mais cedo a mulher tivesse seu primeiro filho, maior era o risco de doença cardiovascular: cada ano a mais diminuía em 3% o perigo.
Apesar das relações encontradas, os autores do estudo alertam que a pesquisa é meramente observacional e, portanto, não é possível traçar conclusões rígidas entre causa e efeito dos fatores reprodutivos analisados.
“Exames cardiovasculares mais frequentes parecem ser apropriados para mulheres que são precoces em seu ciclo reprodutivo ou que têm um histórico de eventos reprodutivos adversos ou histerectomia, já que isso ajudaria a adiar ou prevenir o início de doenças cardiovasculares”, aconselham os estudiosos.
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