A depressão pós-parto é uma doença grave que pode acometer mulheres nas primeiras semanas após darem à luz ou até mesmo a partir das últimas semanas de gestação.
Embora sua existência seja reconhecida, somente agora um estudo foi capaz de compreender melhor sua origem e relação com o sistema nervoso. Segundo os novos dados, a mãe sofre uma alteração na química cerebral ao desenvolver o quadro, o que compromete funções importantes.
Depressão pós-parto muda o cérebro
O estudo, feito pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, fez uma triagem inicial com 199 mulheres. Foi confirmado que 33 sofriam de depressão pós-parto, e estas foram comparadas com 25 puérperas saudáveis.
As participantes foram submetidas a exames de ressonância por espectroscopia de próton – método que avalia a química cerebral -, cujos resultados indicaram alterações importantes.
Foram notadas reduções nas substâncias complexo de glutamato e complexo de NAA, responsáveis pela formação de sinapses, metabolismo e integridade dos neurônios.
Também foi detectado comprometimento do local do cérebro que tem papel essencial na capacidade de resolver problemas, receber e responder a estímulos e ativar memórias e comportamentos. A cognição e a regulação dos estímulos emocionais também se mostraram afetadas.
Diagnóstico e tratamento mais rápidos
Segundo o psiquiatra e autor do estudo, Carlos Eduardo Rosa, as descobertas abrem caminho para um futuro em que o diagnóstico clínico de depressão pós-parto seja complementado por marcadores de exames de imagem.
“Ainda são necessárias novas pesquisas, mas também pode ser o início da criação de um sistema que identifica qual tratamento é mais eficaz para cada paciente a partir de sua química cerebral”, complementa o médico.
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