Médico, Alckmin citou Neymar para explicar a depressão de uma forma muito didática

Ao falar sobre depressão no programa “Todo Seu”, da Rede TV, do qual agora participa dando dicas de saúde, o médico e político Geraldo Alckmin utilizou um exemplo bastante didático para detalhar como a doença age no organismo: Neymar serviu de instrumento entre a conversa do especialista e o apresentador Ronnie Von e tornou o papo sobre o transtorno bem mais fácil de ser compreendido.

Depressão e Neymar: explicação de Alckmin

Em sua estreia no “Todo Seu” como comentarista de saúde, Alckmin abordou como o estresse, ansiedade e depressão atuam no corpo humano.

A depressão consiste em uma doença cujo principal sintoma é a tristeza como um sentimento constante. Hipóteses sobre as causas da condição ainda estão sendo formuladas. Uma vertente de especialistas indica que o transtorno de humor está relacionado com a queda de hormônios responsáveis por parte dos neurotransmissores que regulam sono, apetite e humor. “A depressão é a ausência de emoção, do prazer”, definiu Alckmin.

Para explicar como a depressão afeta o funcionamento do corpo, o médico trouxe alguns exemplos de situações cotidianas que são afetadas pela doença, como uma partida de futebol disputada por Neymar.

“Eu dou uma ordem: ‘dê a mão para alguém’. A ordem sai do cérebro, vai até a mão e eu aperto a mão de alguém. O Neymar dá uma ordem: ‘marque o pênalti, o gol’. Como que a ordem sai do cérebro e chega no pé do Neymar? Através dos neurônios. Como que passa de uma célula para a outra se não encosta uma célula na outra e há um espaço chamado sinapse? É porque há um mediador químico que faz o impulso passar. [Em] uma pessoa com depressão, faltam mediadores químicos nessa sinapse”, exemplificou Alckmin de forma bastante didática.

Sinais da depressão

Por ser uma doença sorrateira, não é raro que pessoas depressivas consigam viver uma rotina normal de vida e trabalho e até aparentar que estão felizes, o que pode confundir muitas pessoas e até gerar certo preconceito.

Porém, a depressão está lá e alguns sinais podem ajudar a identificar a doença. Além da falta de prazer citada por Alckmin, mudanças de comportamento, humor deprimido, perda de interesse em atividades que eram prazerosas, cansaço e fadiga, dores no corpo, atenção e concentração prejudicadas, autoestima e autoconfiança reduzidas, falta de esperança, sentimento de culpa e inutilidade e alterações de sono e apetite são alguns sintomas comuns.

“O antídoto para essa ausência do prazer é a endorfina, que você provoca quando faz ginástica. Por isso que chama o ‘barato do corredor’. O corredor, quando para de correr, sente falta [da endorfina]. Ele está viciado nela. Hoje é provado que as maiores perdas, quem faz ginástica supera mais depressa”, exemplifica Alckmin para um dos fatores que auxiliam o tratamento.

O fundamental, porém, é recorrer à ajuda da psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos prescritos por um psiquiatra é necessário.

“Nos casos mais leves, a psicoterapia é suficiente para devolver ao indivíduo a qualidade de vida, ao mudar padrões de comportamento. Mas para casos moderados a graves, o uso do medicamento é imprescindível (…) As pessoas precisam entender que a depressão é uma doença, que necessita do acompanhamento adequado e, na maioria das vezes, com uso de remédios”, diz o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL).

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