Laqueadura moderna causa alergia, sangramento e dor em milhares de mulheres. Entenda

por | jun 30, 2016 | Saúde

Um método anticoncepcional, presente há 13 anos no mercado norte-americano e registrado na Anvisa em 2009, está mobilizando as mulheres nos Estados Unidos, que pedem sua retirada do mercado. O motivo são os efeitos colaterais, entre eles: sangramento, dor pélvica e alergia, além da necessidade de cirurgia para retirar o dispositivo.

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Essure: o que é? 

O método, que passa por nova investigação pelo FDA (Food and Drug Administration – órgão norte-americano que avalia esses produtos antes que ele chegam à população), é uma espécie de laqueadura sem cortes, feita com um implante metálico, de níquel e titânio, e comercializado pela farmacêutica Bayer.

O dispositivo, colocado por ginecologista no próprio consultório, é introduzido através da vagina até chegar às tubas, onde é implantado e impede a passagem dos ovários à cavidade uterina.

Riscos do método anticoncepcional 

A partir do ano de 2013, o FDA passou a receber milhares de reclamações do dispositivo, feitas por mulheres e médicos. Enquanto a bula do Essure alerta a respeito de dor pélvica, sangramento e reação alérgica logo após o implante, muitas mulheres se queixam da persistência desses problemas, que podem ser tão severos a ponto de ser necessário fazer uma cirurgia para retirar o dispositivo.

Outros sintomas, como dor de cabeça, distúrbios de humor, perda de cabelo e sangramento irregular também foram relatados por mulheres que usaram o Essure. Existem grupos e páginas na internet em que milhares de mulheres compartilham seus casos.

O órgão norte-americano convocou uma reunião com especialistas para avaliar os riscos relacionados ao Essure. De acordo com o site da Associated Press, que acompanhou o encontro, concluiu-se que as informações a respeito da alergia ao níquel, presente em 20% das mulheres, são escassas. Além disso, o grupo diz que os médicos precisam de mais treinamento para a colocação e retirada do implante, que pode se mover, quebrar ou perfurar partes do útero e intestino.

Os estudos feitos pela farmacêutica antes do lançamento do produto sugerem que o implante previne a gravidez em 97% com poucos efeitos colaterais. No entanto, 85% das mulheres avaliadas foram acompanhadas durante um ano e 25% por apenas dois anos, o que, segundo especialistas, limitou a avaliação da segurança e dos efeitos adversos do dispositivo a longo prazo.