https://www.instagram.com/p/BbDgDhfH3gT/
Em uma sequência de gravações no Instagram Stories, Bruna Marquezine fez uma importante revelação sobre um problema de saúde que enfrentou no passado.
Nos vídeos publicados na rede social, a atriz conta que sofreu por um bom período com a não aceitação após receber críticas sobre seu corpo .
“Chatos de plantão vão dizer que eu nem tenho direito de falar sobre isso, porque nunca sofri com transtorno alimentar. Mas eu já sofri e muito com distúrbio de imagem. Na época, as pessoas não comentavam que eu estava magra demais, mas comentavam que eu estava meio gordinha, bochechuda, quadril largo. E eu acreditei.”
A atriz ainda conta que, por insatisfação com a aparência, passou a tomar laxantes e teve potencializado um quadro de depressão. “Não só por isso, mas principalmente por esses motivos”, afirmou a atriz.
https://www.instagram.com/p/BnV9QzKgJmw/
Distúrbio de imagem: o que é?
Transtorno dismórfico corporal como o de Marquezine, também chamada de dismorfobia, consiste em uma preocupação obsessiva com algum defeito do corpo – existente ou não.
As causas para o distúrbio de imagem ainda não são completamente explicadas. De acordo com a psicóloga Flávia Freitas, há teorias que associam a condição com baixa autoestima, outras que a relacionam com causas orgânicas, agravadas pela grande exibição de figuras humanas padronizadas pelos meios de comunicação e, ainda, por sentimentos de abandono.
É possível que críticas maldosas, como as recebidas pela atriz, afetem a autoestima de maneira tão brutal a ponto de despertar a sensação de inadequação. No caso de Bruna, ela comentou que não só passou a não se achar bonita, como a achar que não merecia coisas boas em sua vida.
Efeitos do distúrbio de imagem

Insatisfação com o próprio corpo e si mesma
Sentir-se insatisfeito com o corpo, ou mesmo consigo, é um dos efeitos do distúrbio de imagem, como aconteceu com Marquezine: “Comecei a detestar meu corpo (…) Não me achava boa o suficiente para nada.”
Segundo a psicóloga, a insatisfação é gerada pela busca frenética do “corpo ideal”, o biotipo aceito e bem-visto em uma sociedade que valoriza e cultua a magreza – e estigmatiza o sobrepeso.
“Percebe-se que o mundo social claramente discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações cotidianas importantes. As que são julgadas como atraentes pelos padrões vigentes parecem receber mais suporte, aceitação e encorajamento da maioria das pessoas. Já as tidas como não atraentes estão mais sujeitas à rejeição ou não aceitação da maioria”, afirma Flávia em entrevista ao VIX.
Apesar de Bruna ser uma mulher dentro dos padrões impostos pela sociedade, ela recebe críticas, em especial, por estar em uma posição de destaque e muito suscetível à exposição. Não é raro encontrar entre os comentários às suas fotos nas redes sociais ofensas a seu corpo.
Desproporção da imagem
Ainda que a pessoa apresente medidas extremamente baixas na balança, o sentimento de insatisfação faz com que ela negue sua aparência e possa enxergar o tamanho de certas partes do corpo maiores do que são no espelho – e também negue sua magreza – em quadros de dismorfobia.

“A opinião do portador a respeito de sua própria aparência é totalmente diferente da opinião geral das pessoas. É uma discrepância entre aquilo que a pessoa acredita ser (em termos de imagem corporal) e aquilo que realmente é”, diz a psicóloga.
Distúrbio alimentares
Transtornos de imagem podem levam ao surgimento de distúrbios alimentares. “Achava que tinha que emagrecer de qualquer jeito. Eu tomava ‘Lacto Purga’ todos os dias, por mais de três meses”, revelou Marquezine.
De acordo com a psicóloga, há outros mecanismo que, infelizmente, são utilizados por pessoas que sofrem de dismorfobia como a da atriz. “As pessoas com peso adequado para sua altura e faixa etária tendem a considerar-se acima do peso e se submetem a regimes inadequados, procedimentos cirúrgicos, fazem tratamentos estéticos de maneira doentia”, diz Flávia.
Esconder o corpo

Não é raro quem sofre desse tipo de distúrbio recorrer a diferentes métodos para esconder o corpo e evitar situações em que seja necessário sua exposição (como usar biquínis, minissaias). “Usam roupas às vezes desconfortáveis, mas que escondam o corpo”, conta Flávia.
Qualquer detalhe do corpo gera insatisfação
É comum que pessoas com quadros de transtorno de imagem prestem muita atenção e dediquem exagerada importância a marcas mínimas e praticamente imperceptíveis, sentidas como ‘deformantes’, “Acham que são observadas e criticadas por todos, o que não é verdade”, comenta Flávia.
Comparações
Outra questão que é comum em quem é acometido pelo distúrbio é a recorrente comparação entre seu corpo com a de um terceiro – especialmente com pessoas da mídia como atrizes e outras influencers. “Compara-se com os modelos em revistas, entre outras”, exemplifica Flávia.
Obsessão com o espelho
Também ocorre de indivíduos com o distúrbio dismórfico levarem muito tempo verificando se a aparência está de acordo. “Demoram muito em atividades como verificar sua aparência num espelho, apalpar sua pele com os dedos, pentear e ajeitar os cabelos, cuidar de sua pele”, explica Flávia.
Tratamento de distúrbios de imagem
No caso de Bruna Marquezine, foi necessário o olhar e o incentivo da família para que ela buscasse ajuda. “Ninguém entendia o que estava acontecendo. Quem percebeu mesmo foram minha mãe, meu pai, minha irmã, quem vivia comigo. Foram as pessoas que incentivaram a buscar ajuda. Eu, sozinha, não tinha força e precisei da minha família. Eu só sabia que estava muito infeliz. Eu não gostava de mim, eu sofria muito e estava muito assustada com aquilo, com a minha saúde e com as minhas atitudes comigo mesma.”
É, de fato, fundamental que as pessoas ao redor estejam atentas a esses sintomas, já que quem começa a apresentá-los nem sempre se dá conta ou os mantêm em negação.
Os cuidados com o distúrbio de imagem envolvem acompanhamento de um psicólogo e, em alguns casos, administração de medicamentos antidepressivos.
“O objetivo da psicoterapia neste caso é fazer com que o paciente se conscientize de que a aparência não deve ser o foco da vida e que pequenos ‘defeitos’ não precisam ser levados tão a sério. O mais importante é a essência, o que ele traz por dentro e não por fora”, esclarece Flávia.
Transtornos comportamentais
- Sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção
- Arrancar cabelo é sinal de grave transtorno ligado à ansiedade e ao estresse
- Como identificar transtorno bipolar? Quadro reveza 24 sintomas