Hepatite C: o que é, sintomas, tratamento

A Hepatite C é uma doença silenciosa e perigosa. Transmitida pelo transmitida pelo vírus HCV, ela causa infecção no fígado e, a longo prazo, pode levar à cirrose, câncer e doença hepática crônica. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o Brasil tem atualmente 3 milhões de pessoas infectadas com o vírus da Hepatite C.

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A boa notícia é que a  cura da Hepatite C é possível quando o diagnóstico é feito precocemente, mas, no geral, os sintomas – fadiga, náuseas, perda de apetite, dores de cabeça, dor abdominal e sintomas da gripe – só aparecem quando o quadro já está em estágio avançado. Por isso é importante conhecer um pouco mais sobre ela. Veja alguns mitos e verdades:

Existe tratamento para a Hepatite C? Verdade.

O tratamento é feito com comprimidos e aplicação de injeções com interferon e a duração irá depender do genótipo e do grau de comprometimento da lesão no fígado. E ainda este ano devem chegar ao mercado novos tratamentos orais, que prometem períodos mais curtos. Além disso, há a possibilidade de uma combinação de alguns medicamentos em um mesmo comprimido, o que reduziria a quantidade de cápsulas ingeridas.

Combinação de medicamentos é parte do tratamento da Hepatite C (Crédito: Thinkstock)

A  Hepatite C pode ser curada? Verdade.

A possibilidade de cura acontece em aproximadamente 60% dos casos e irá depender do tipo de vírus e da velocidade do diagnóstico. Com tratamento adequado, a doença pode ser extinta do sangue do paciente.

A doença é transmitida nas relações sexuais? Verdade.

A infecção pelo contato sexual com uma pessoa infectada ou a transmissão de mãe para filho não é tão comum, especialmente se comparada a outras doenças virais, como HIV ou hepatite B. Mas ela pode sim acontecer se os parceiros não estiverem devidamente protegidos com o uso de preservativos.

Sexo sem camisinha com parceiro contaminado pode transmitir a doença(Crédito: Thinkstock)

A hepatite C é transmitida via transfusão de sangue? Verdade.

O contato com o sangue contaminado por transmitir o vírus da Hepatite C. Mas isso é raro de acontecer, já que os sangues doados atualmente passam por uma série de exames.

Atualmente não se contrai mais Hepatite C? Mito.

A doença pode ser contraída se uma pessoa entra em contato com o sangue ou fluídos corporais de alguém infectado com o vírus HCV em atividades como:compartilhamento de agulhas, seringas e outros equipamentos para injetar drogas ou fazer tatuagem; picada de agulha contaminada em um serviço de saúde; transfusões de sangue ou doação de órgãos contaminados; compartilhamento de itens de higiene pessoal contaminados, como lâminas de barbear, escovas de dentes e alicates de unha.

Hepatite C causa câncer? Verdade.

Caso a doença não seja diagnosticada precocemente e tratada da forma correta, ela pode gerar uma lesão hepática até se transformar em um câncer de fígado.

A Hepatite C mata mais do que a AIDS? Verdade.

Os dados são de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, que mostrou que, entre os anos de 1999 e 2007, houve 15,1 mil mortes por conta da Hepatite C, contra 12,7 mil causadas pelo HIV.

Maioria das pessoas infectadas tem mais de 45 anos (Crédito: Thinkstock)

A maioria dos infectados tem menos de 45 anos? Mito.

A maioria tem mais de 45 anos. Isso acontece porque até o ano de 1992 não havia testes para verificar a existência do vírus HCV em sangue de doadores. Além disso, não havia tanto controle de materiais usados nos consultórios odontológicos, estúdios de tatuagem e piercing ou mesmo em manicures. Por isso, todas as pessoas que receberam transfusão antes de 1993 ou que foram expostas a uma situação de risco devem fazer um teste para saberem se foram contaminada.

Basta um exame para fazer o diagnóstico? Mito.

Para diagnosticar a Hepatite C alguns exames de sangue precisam ser solicitados por um profissional de saúde. São eles: Sorologia HCV, mais utilizado para a triagem inicial e contato prévio com o vírus HCV. RNA HCV, usado para confirmação diagnóstica e acompanhamento terapêutico. E Genótipo HCV, para orientar as decisões referentes ao tipo e duração da terapia. No caso de pacientes com Hepatite C crônica, são necessário outros testes para avaliar o grau e o estágio da lesão hepática (fibrose ou cirrose): biópsia hepática, painéis de marcadores de sangue, elastografia transitória.

Diferentes tipos de exame de sangue devem ser feitos para diagnosticar a doença (Crédito: Thinkstock)