Guillain-Barré é uma síndrome autoimune que atinge principalmente o sistema nervoso, comprometendo a comunicação dele com o corpo e gerando problemas musculares e dos nervos. Apesar de suas causas ainda serem um mistério, a condição está ligada ao aparecimento de certas doenças e vacinas. Grave, requer tratamento imediato para que não haja risco de morte.
Entenda tudo sobre a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) a seguir:
O que é?

Essa condição médica faz com que o próprio sistema imunológico ataque o sistema nervoso periférico, cuja função é ligar o sistema nervoso central a todas as partes do corpo. Quando afetado, há fraqueza, perda de sensibilidade e/ou paralisia de determinadas partes do corpo.
Apesar de ser uma síndrome rara, é grave e precisa de atendimento urgente, visto que pode levar à insuficiência respiratória, desregular o sistema nervoso e provocar engasgamento ou pneumonia por dificuldade de deglutição.
Tipos
Essa doença que paralisa os músculos do corpo possui diversos subtipos, que se diferenciam pelo tipo de lesão e sintomas. Essa classificação é realizada a partir do diagnóstico clínico, da presença de anticorpos e da eletroneuromiografia, que é um exame que visa a avaliação funcional do sistema nervoso periférico.
O que causa?
Por ser uma síndrome, as causas exatas do surgimento da doença SGB não são conhecidas. Todavia, a probabilidade mais viável é que outras patologias, como infecções e cânceres, e até mesmo determinadas vacinas e cirurgias estimulem o sistema imunológico a criar anticorpos autoimunes, que são chamados de auto-anticorpos, que atacam o próprio sistema nervoso periférico do indivíduo, reduzindo sua função.
Síndrome Guillain-Barré e vacina H1N1

A relação entre a vacina da gripe e Guillain-Barré é pouco comentada por se tratar de um efeito colateral raro da imunização contra H1N1. “Assim como outras vacinas, ela aumenta o risco de desenvolver a síndrome. Entretanto, o risco é de aproximadamente 1 caso para cada 1 milhão de doses”, tranquiliza o neurologista do Hospital Moriah (SP) Fábio Porto. Além disso, a própria doença gripe H1N1 pode causar o problema.
Síndrome de Guillain-Barre e Zika

A relação entre Zika e a Síndrome de Guillain-Barré foi confirmada pelo Ministério da Saúde no fim de 2015. Apesar de ser algo raro, o vírus da Zika pode desencadear a SGB. A relação é reforçada pelo estudo do Hospital da Restauração, de Recife (PE), que analisou o caso de seis pessoas com Zika, sendo que quatro desenvolveram a doença que paralisa os músculos do corpo.
Sintomas da Síndrome Guillain-Barré

- Perda de força
- Perda de sensibilidade (normalmente, começando nos pés e terminando na parte superior)
- Dor radicular (resultante da interferência nos nervos, é aguda e pode vir junto com queimação, pouca sensibilidade ou formigamento)
- Câimbras
- Modificações no sistema nervoso autônomo (como variações de pressão arterial, contrações das pupilas e arritmias cardíacas)
- Dificuldade para respirar, por conta do enfraquecimento dos músculos respiratórios
- Fraqueza da musculatura da face e, consequentemente, dificuldade de engolir
Por serem semelhantes aos sinais de outras doenças, como botulismo, é indicado acompanhamento médico constante para que o diagnóstico correto seja feito. “Os principais indícios são fraqueza e perda da sensibilidade que começam de repente e evoluem em pouco tempo. Se você apresenta este ou os mais sintomas, busque um médico imediatamente”, ressalta o Dr. Fábio Porto.
Diagnóstico

Por ter sintomas iniciais semelhantes aos de outras doenças, a SGB deve ser diagnosticada por um médico capacitado, sendo mais indicado o neurologista.
O mais importante para identificar a doença é realizar o exame neurológico clínico, que consiste na conversa com o médico e testes como os de reflexo. Além disso, podem ser solicitadas análises de líquido cefalorraquidiano, eletroneuromiografia e ressonância magnética da coluna.
Tem cura?
Ainda não há tratamentos que curam a Síndrome de Guillain-Barré, mas em grande parte dos casos o paciente tem recuperação promissora. “Apesar de ser lenta, a melhoria acontece após algumas semanas da infecção. Porém, podem ficar sequelas permanentes relacionadas à fraqueza e modificações na sensibilidade, apesar de elas serem muito menos intensas que os sintomas da fase aguda”, explica o neurologista.
Tempo de recuperação
A reabilitação após essa condição é demorada e pode levar de semanas até anos. Todavia, o prognóstico é bom e dificilmente as sequelas são severas.
Tratamento

Além do acompanhamento médico periódico com neurologista, a doença pode ser controlada com a administração de medicamentos e das seguintes medidas:
Com imunoglobulina
Este tratamento baseia-se na injeção de anticorpos chamados imunoglobinas. Eles combatem os organismos que atacam o sistema nervoso e causam a condição.
Plasmaférese
Semelhante à hemodiálise, a plasmaférese filtra o sangue de modo a reduzir a quantidade de organismos que atacam os nervos.
Fisioterapia
O tratamento fisioterapêutico para a síndrome de Guillain-Barré é uma forma de ajudar na recuperação dos movimentos e na função dos nervos.
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