Uma das características mais reconhecíveis da varíola dos macacos são as pústulas, que podem surgir nos mais variados locais do corpo. Em um novo estudo, pesquisadores espanhóis estudaram a aparência dessas lesões mucocutâneas e afirmam que as lesões do atual surto são diferentes das dos anos anteriores. Além de maciças, as bolhas atuais também não contêm material líquido em seu interior.
Pseudo-pústulas nos atuais casos de varíola dos macacos
Uma nova pesquisa feita por cientistas espanhóis, publicada recentemente no periódico científico British Journal of Dermatology, mostrou que as bolhas do atual surto, apesar de parecidas com as tradicionais, são mais sólidas e não contêm pus.
Os especialistas analisaram 185 homens no período de maio a julho deste ano, sendo que 14 deles foram excluídos da análise por falta da confirmação de varíola por PCR. Eles constataram que as lesões cutâneas aconteceram principalmente nas regiões genitais, sendo relatada por 53% dos indivíduos, perianal, descrita por 34% dos doentes, na face e braços e mãos, identificadas em 38% dos infectados respectivamente.
O estudo afirma que, diferente de outros casos, as bolhas atuais são maciças, e não possuem materiais líquidos da parte interna.
Além disso, de acordo com a pesquisa, a baixa incidência de lesões também é uma novidade. Agora, as pseudo-pústulas, como os pesquisadores passaram a chamar, costumam se concentrar apenas em uma parte do corpo.
“É importante que os profissionais de saúde observem o aparecimento dessas lesões de pele. A monkeypox é frequentemente descrito como causador de pústulas, lesões cheias de pus, mas neste surto, o principal sintoma da pele são pseudo-pústulas, pápulas brancas e sólidas que parecem pústulas, mas que não contêm pus. Isso é muito raro em outras doenças, então é um sinal muito claro de varíola”, explica o Dr. Ignacio Doval, principal autor do estudo, em comunicado à imprensa.
Além de bolhas, 56% dos indivíduos relataram o inchaço de linfonodos. Dores de cabeça foram descritas por 32% dos voluntários, bem como dores musculares e febre, observados em 44% e 54% dos casos.
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