A cena até parece corriqueira em filmes e novelas, mas os cientistas não podem explicar se isso é apenas uma coincidência ou não. Nela, um homem discute com outra pessoa enquanto realiza seu trabalho ordinário e, conforme a discussão fica mais acalorada e ele segue fazendo o esforço repetitivo, sofre um ataque cardíaco. O que os pesquisadores da McMaster University, no Canadá, conseguiram confirmar é que, além de desgaste físico, irritação e chateação podem, sim, desencadear um infarto fulminante.
Ataque cardíaco: gatilhos emocionais e físicos
O grande estudo internacional realizado na universidade canadense revela que ser uma pessoa irritada, emocionalmente chateada ou envolvida em esforços físicos pesados e repetitivos pode ser um facilitador para a incidência de ataque cardíaco.
Segundo os pesquisadores, há uma associação direta entre o sentimento de raiva ou outros transtornos emocionais e o início dos sintomas de um infarto que dobram o risco do ataque acontecer dentro de uma hora.
O mesmo é verdade para o esforço físico pesado durante a hora anterior a um primeiro ataque cardíaco. A associação é ainda mais forte – mais do que triplica o risco – nos pacientes que lembraram estar irritados ou emocionalmente chateados ao mesmo tempo em que realizavam um esforço físico pesado.

Este é o primeiro estudo sobre o assunto com representantes em tantas regiões do mundo, incluindo a maioria dos principais grupos étnicos. Os pesquisadores analisaram informações de 12.461 pacientes com idade média de 58 anos, que participaram de uma pesquisa composta por pacientes que infartaram pela primeira vez em 52 países diferentes.
Risco além do tabagismo e obesidade
Os participantes responderam um questionário para entender se eles experimentaram algum dos gatilhos na hora anterior ao problema. Para os pesquisadores, estes gatilhos parecem aumentar independentemente o risco de um ataque cardíaco, além de outros fatores que incluem idade, tabagismo, obesidade, pressão alta e outros problemas de saúde.

Os desencadeadores emocionais de um infarto são tão prejudiciais quanto os físicos extremos e têm efeitos semelhantes no corpo. Ambos podem aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, alterando o fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos e reduzindo o suprimento de sangue para o coração. Quando os vasos sanguíneos já estão estreitados pelas placas de gordura, elas podem bloquear o fluxo de sangue levando ao ataque cardíaco.
Da mesma forma, a atividade física regular tem muitos benefícios para a saúde, incluindo a prevenção da doenças cardíacas. No entanto, não é recomendável que uma pessoa que esteja brava ou chateada e queira se exercitar ultrapasse sua rotina normal exercendo esforços extremos.
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