
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta terça-feira (11), o nome oficial para a doença do novo coronavírus: COVID-19.
Em entrevista coletiva à imprensa, o diretor da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus explicou o que motivou a escolha do nome e sua importância para a saúde mundial.
Novo coronavírus: doença recebe nome oficial

Identificado desde 31 de dezembro de 2019, o novo coronavírus foi batizado de 2019-nCoV. Notificado pela primeira vez na China, atualmente pacientes de todos os continentes já apresentam os sintomas do novo coronavírus. Mais de mil pessoas morreram, a maioria na China.
O vírus consiste em uma nova cepa do coronavírus – família de vírus responsável por doenças respiratórias – e foi sinalizado como o responsável por levar pacientes a apresentarem febre, dificuldades de respirar e infiltração de muco nos pulmões, um quadro de pneumonia possivelmente letal.
COVID-19: por que nome é importante

Até o momento, porém, a comunidade científica não tinha um nome oficial para se referir à doença causada pelo 2019-nCoV – diferente, por exemplo, da SARS (síndrome respiratória aguda grave) e MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio), duas síndromes respiratórias graves causadas por variações do coronavírus.
Agora, o nome definido para a doença do novo coronavírus é COVID-19. A nomenclatura, segundo Ghebreyesus, está de acordo com as diretrizes da OMS, da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
🚨 BREAKING 🚨
"We now have a name for the #2019nCoV disease:
COVID-19.
I’ll spell it: C-O-V-I-D hyphen one nine – COVID-19"
–@DrTedros #COVID19 pic.twitter.com/Kh0wx2qfzk
— World Health Organization (WHO) (@WHO) February 11, 2020
Segundo Ghebreyesus, a ideia foi batizar a infecção pelo 2019-nCoV com um nome que não utilizasse referência a uma localização geográfica, um animal, um indivíduo ou grupo populacional – o que pode favorecer estigma e discriminação – e que ainda fosse pronunciável e relacionado à doença.
“Ter um nome é importante para prevenir o uso de outros termos que podem ser imprecisos ou estigmatizados. Isso também nos dá um formato padrão para usar em qualquer futuro surto de coronavírus”, explicou o diretor-geral da OMS.
Um caso recente de estigma produzido pela nomenclatura de uma doença foi a gripe H1N1, em 2009. A doença foi inicialmente chamada de “gripe suína”, o que motivou o abatimento em massa de porcos, apesar de a carne suína não transmitir o vírus.