Terapia promissora com células-tronco reverte sintomas do Parkinson em estudo inicial

por | maio 26, 2022 | Saúde

Os sintomas mais óbvios de Parkinson, doença ainda sem cura que afeta mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, aparecem depois que a condição degenerativa danifica um tipo específico de neurônios, responsável pela produção da dopamina, considerado um neurotransmissor-chave.

Como tentativa de contra-atacar essa neurodegeneração, pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que consiste em implantar no cérebro novas células sadias. Em laboratório, a terapia foi capaz de reverter em ratos os sintomas motores do Parkinson.

Neurônios cultivados em laboratório podem reverter sintomas de Parkinson

Para o trabalho científico, os estudiosos criam um processo para converter células não-neuronais em neurônios funcionais capazes de serem locados no cérebro, formar sinapses e produzir e liberar dopamina, restaurando assim as capacidades prejudicadas pelo Parkinson. As células criadas em laboratório são conhecidas como iPSCs, sigla em inglês para células-tronco com pluripotência induzida.

Implantadas no cérebro de roedores, as células projetadas se mostraram eficientes na reversão dos sintomas motores similares aos geradores pelo Parkinson. Os pesquisadores esperam que, em um futuro breve, a abordagem também possa ser testada em humanos.

“Não podemos estar mais animados com a oportunidade de ajudar indivíduos que sofrem desta forma genética de Parkinson, mas as lições aprendidas com este estudo também impactarão diretamente os pacientes que sofrem de formas esporádicas ou não genéticas desta doença”, afirmou em comunicado Jeffrey Kordower, principal autor do estudo.

Sinapses
Christoph Burgstedt/Istock

Os resultados do trabalho, publicados na revista Nature, mostraram que os animais tratados com as iPSCs apresentaram notável recuperação dos sintomas motores e que os efeitos dependem da dose: quando um pequeno número de iPSCs foi implantado no cérebro do roedor, a recuperação foi insignificante, mas um grande complemento de células produziu ramificações neurais mais profusas, gerando uma reversão completa dos sintomas.

Ciência e saúde