Você provavelmente não sabe, mas a simetria da face não é importante apenas do ponto de vista estético. Dismorfias faciais, como queixo projetado para frente ou para dentro, podem ser os responsáveis por dores de cabeça, dificuldade para respirar e até mesmo pela apneia do sono. Por isso, é importante ficar atento e procurar tratamento.
Dismorfia da face
O doutor em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial Alessandro Costa da Silva explica que a dismorfia facial pode ser uma desarmonia ou uma deformidade dentofacial.
“Em alguns pacientes, os ossos da face se desenvolvem de forma desarmônica. Pode ser sem causa ou devido a trauma, por chupar chupeta, por ter chupado dedo por muito tempo, etc.”, explica o cirurgião.
Mandíbula para dentro
Quando ocorre uma desarmonia dos maxilares, significa que um dos maxilares se desenvolveu mais do que o outro. Estas dismorfias podem gerar uma série de problemas funcionais na respiração, na mastigação, na fonética e até mesmo na deglutição.
“O problema mais comum de quem tem a mandíbula projetada para dentro é a apneia do sono, e o ronco pode ser um sinal de alerta. Por isso, todo ronco precisa ser investigado. Dependendo do grau da apneia, a pessoa pode morrer”, alerta Costa da Silva.
Mandíbula para frente
Quando a mandíbula é projetada para frente, o mais comum é a pessoa sentir dificuldade para respirar. “Neste caso, a retração da gengiva é mais acentuada, os problemas de dicção são maiores, a pessoa não tem filamento labial adequado e problema na articulação”, lista o médico.
Neste caso, é comum a sensação de falta de ar e cansaço ao acordar por não ter conseguido respirar adequadamente durante a noite.
Consequências
Devido a estes problemas articulares, a pessoa pode ter dores de cabeça e enxaqueca mais recorrentemente e até vertigens. Quando isso acontece, o diagnóstico costuma ser de DTM (Disfunção Temporomandibular). Trata-se de um distúrbio geralmente desencadeado por bruxismo e mordida errada.
Outros sintomas são: dores nas articulações, dificuldade de mastigação, já ter se submetido a um tratamento ortodôntico sem resultado, estalos nas articulações e acordar com dentes doloridos.
Como tratar?
Caso você tenha alguma dismorfia, o indicado é procurar um cirurgião buco-maxilo-facial para que ele faça uma avaliação e indique o tratamento adequado. Alguns casos são resolvidos com tratamento ortodôntico, já que a dentição inadequada também pode causar problemas de simetria.
“O problema de dismorfia facial é mais comum do que as pessoas imaginam. Pelo menos 20% dos casos precisam de cirurgia, mas os pacientes são mal-orientados e acabam fazendo tratamentos compensatórios que não resolvem o problema”, explica o especialista.
Além do diagnóstico clínico, especialista costumam pedir também exames de polissonografia, que monitoram o sono, e ressonância magnética. “Na ressonância, é possível notar que o canal de ar da faringe dos pacientes com pouco queixo fica estreito”, comenta o cirurgião.
A cirurgia ortognática posiciona a mandíbula e o maxilar no local correto. Ela é feita em hospital e demora de 2 a 5 horas. Nesta cirurgia, são inseridos pinos de titânio para sustentarem a nova posição óssea e os cortes são imperceptíveis.
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