O “desafio do desodorante” apareceu pela primeira vez em 2016, quando começou a circular em vídeos na internet, e diversas crianças e adolescentes aderiram à prática.
Nas, imagens, é proposto que a pessoa inale o aerossol do produto o máximo que conseguir e publique um vídeo nas redes sociais. No YouTube, diversos conteúdos representam a prática, que pode trazer sérios riscos à saúde.
Desafio do desodorante: entenda prática perigosa que viralizou
Em 2016, uma prática chamada “desafio do desodorante” acabou viralizando nas redes sociais, em especial no YouTube. A prática consiste em inalar o conteúdo de dentro do aerossol o máximo que conseguir.
Com o passar dos anos e o conhecimento do risco inerente à prática, diversas gravações foram removidas da plataforma e muitos que persistem possuem avisos. Em outras redes como Instagram, TikTok e mesmo no próprio YouTube, hoje persistem alertas para os perigos.
Mesmo assim, muitas crianças e jovens continuam aderindo ao desafio, que pode trazer uma série de malefícios à saúde e até mesmo a morte.
Segundo o site de notícias G1, foi o que aconteceu com um garotinho de dez anos que inalou desodorante dentro de um guarda-roupa em Belo Horizonte, Minas Gerais.
De acordo com o site, a principal suspeita da família e da Polícia Civil do estado é que o menino estivesse cumprindo o desafio. O garoto teve um quadro de parada cardiorrespiratória e acabou não resistindo.
Vale lembrar que além deste, muitos outros “desafios” perigosos já viralizaram na internet, como o “quebra-crânio”, em que três pessoas saltam juntas e duas delas passam uma rasteira no indivíduo central fazendo com que ele bata a cabeça no chão, e o “baleia azul”, que consiste no cumprimento de tarefas de automutilação variadas.
Por que o desafio do desodorante é perigoso?
Principalmente realizado por crianças e adolescentes, o desafio consiste em inalar o conteúdo do aerossol o máximo que conseguir. Entretanto, essa prática pode trazer graves riscos à saúde pois o desodorante contém uma série de ingredientes tóxicos ao organismo.
“Esses produtos são compostos por alumínio, parabenos e aromatizantes. Mas podem variar de acordo com a marca”, ressalta a pneumologista Patrícia Canto Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Ela explica que os químicos utilizados na fabricação são recomendados apenas para uso tópico e que a inalação faz com que caiam com rapidez na corrente sanguínea, gerando intoxicação.
“Os componentes quando inalados reduzem a captação de oxigênio nas células, causando uma redução na concentração do oxigênio no sangue. Isso faz com que a pessoa perca a consciência, já que o corpo humano foi feito para inalar oxigênio, e quando ele não chega às células, elas perdem sua função”, afirma.
Quanto à inalação em poucas quantidades, a especialista afirma que não há problemas mas o ideal é utilizar o produto em um local arejado, e que pais e responsáveis devem conversar com seus filhos ou crianças próximas para os perigos que desafios virais podem gerar à saúde.