Covid prévia ou vacina podem não proteger totalmente de subvariantes da Ômicron, diz estudo

por | maio 5, 2022 | Saúde

Após a identificação de novas subvariantes da Ômicron, cientistas divulgaram recentemente dados preliminares – e relativamente preocupantes – sobre a imunidade contra o quadro de Covid-19 causado por elas. No cenário atual, é comum que quem já foi infectado pela Ômicron acredite estar imune a infecções por suas subvariantes, mas, segundo um novo estudo, mesmo estas pessoas não têm uma proteção substancial contra a BA.4 e a BA.5.

Covid prévia e vacina não impede contágio por novas subvariantes

Em um estudo cuja prévia foi publicada recentemente, pesquisadores sul-africanos atestaram que, apesar da crença de que quem já teve Covid-19 tem imunidade suficiente para não contrair novas cepas ou suas subvariantes, isso provavelmente não é real.

A análise aconteceu diante das novas subvariantes da Ômicron, BA.4 e BA.5 – e, nela, fica claro que elas podem gerar mais uma onda de casos devido ao poder de evasão que apresentaram, ou seja, sua capacidade de driblar a imunidade adquirida.

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Maksim Tkachenko/Getty Images/iStockphoto

Segundo a pesquisa, quem já foi infectado pela Ômicron, mas não tomou nenhuma vacina, não tem níveis altos o suficiente de neutralização a ponto de ser imune à BA.4 e à BA.5, e isso significa que estas pessoas não estão devidamente protegidas contra quadros sintomáticos da doença.

O mesmo, inclusive, vale para quem já teve Covid-19 antes da Ômicron (ou seja, a partir de outras cepas do vírus), e para quem não teve a infecção, mas tomou vacinas.

Para os pesquisadores, as pessoas que estão mais protegidas contra as subvariantes são aquelas que, além de terem a vacinação em dia, já contraíram a Ômicron. Conforme contou Alex Sigal, professor do Africa Health Research Institute, na África do Sul, ao veículo “ Fortune”, estes dados apontam para a possibilidade de o mundo enfrentar outra onda da doença – mas não necessariamente de casos gravíssimos.

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Segundo ele, isso se deve ao fato de que, apesar de a BA.4 e a BA.5 terem alto poder de evasão à imunidade adquirida, os níveis de proteção gerados pela infecção prévia e pela vacinação isoladamente devem ser suficientes para prevenir quadros graves, apesar de não garantirem imunidade tão elevada quanto ter passado pelos dois processos.

Além disso, em meio à última onda de contágios, boa parte da população foi infectada pela Ômicron – e, caso estas pessoas também tenham sido vacinadas, o risco de casos severos cai mais ainda. “Infecções? Sim. Gravidade na doença? Nem tanto”, afirmou ele.

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