Saiba como prevenir essa complicação do sarampo, que é menos rara entre pessoas que tiveram a doenca quando bebês
Um caso raro motivou recentemente um alerta do Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles, nos Estados Unidos. Uma criança em idade escolar morreu devido a uma consequência grave – e tardia – de sarampo, tudo anos após contrair a doença.
Entenda abaixo o que é essa complicação, quando ela pode acontecer e o que fazer para preveni-la.
Criança morre por complicação do sarampo anos após a infecção

Recentemente, uma criança morreu nos Estados Unidos por complicações do sarampo anos após ter a doença e se curar. O alerta foi feito pelo Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles, e a instituição relatou que a criança havia contraído a doença ainda bebê, morrendo já em idade escolar.
O quadro inicial aconteceu quando ela tinha menos de um ano de idade e, por isso, ainda não havia recebido a primeira dose da vacina contra o sarampo. Apesar de ter se recuperado plenamente da infecção, ela teve panencefalite esclerosante subaguda, conhecida pela sigla PESA (ou, em inglês, SSPE).
Complicação do sarampo: o que é a PESA?
De acordo com o órgão de saúde, a PESA é uma complicação rara, mas invariavelmente fatal. Ela pode acontecer com qualquer pessoa que tenha contraído sarampo, afetando 1 a cada 10 mil dessas pessoas. O risco, no entanto, é maior para quem teve a doença ainda quando bebês, com a ocorrência aumentando para 1 a cada 600 pessoas.
A panencefalite esclerosante subaguda é um distúrbio cerebral raro e progressivo. Ela acontece quando uma versão “defeituosa” do vírus do sarampo permanece latente no cérebro, provocando danos a esse órgão com o passar dos anos.
No estágio inicial, a condição provoca mudanças de personalidade, possíveis dificuldades de aprendizado, mudanças comportamentais, alterações de humor e distúrbios de atenção. Posteriormente, ela evolui para espasmos musculares, movimentos involuntários, convulsões, perda cognitiva e problemas de visão.
O último estágio da condição é marcado por rigidez dos membros, perda severa das funções mentais, coma e falência de diversas funções cerebrais.
Não há cura para PESA e o tratamento é paliativo, voltado para o controle das convulsões e de outros sintomas. A maioria das pessoas afetadas morre de um a três anos após o diagnóstico, e esse “prazo” depende da gravidade do quadro, bem como do momento em que a descoberta da doença acontece.
Como prevenir complicações do sarampo

Segundo o órgão, o caso foi uma fatalidade rara devido ao fato de que a criança teve sarampo antes da idade mínima para se vacinar contra a doença. Por isso, a melhor forma de prevenir essa complicação do sarampo é justamente prevenir a infecção original, para a qual há vacina segura disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.
A vacina contra sarampo, chamada de tríplice viral, pode ser administrada em qualquer indivíduo de 12 meses a 59 anos de idade. A primeira dose deve acontecer aos 12 meses, e a segunda, aos 15. Pessoas entre 1 e 29 anos que não foram vacinadas anteriormente ou que têm o esquema vacinal incompleto também podem receber o imunizante – e também em duas doses.
Já pessoas entre 30 e 59 anos de idade devem receber uma dose da tríplice viral caso não tenham sido vacinadas anteriormente.
Há, no entanto, situações especiais. Bebês de 6 a 11 meses que vivem em locais nos quais há risco elevado para sarampo ou surtos podem receber o que se chama de “dose zero”. Essa é uma dose extra voltada para bebês nessa faixa etária, que não elimina a necessidade das duas doses padrão aos 12 e 15 meses de vida.









