Identificar os sinais de depressão é o primeiro passo para se livrar da doença, que atinge cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Incapacitante, o distúrbio atrapalha atividades rotineiras e ainda coloca a vida em risco. “Depressão é a maior causa de suicídio. Doze mil pessoas se matam por ano no Brasil, ou seja, 33 por dia. É um número muito alto e que deve ser encarado com atenção”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva.
Apesar de ter causas genéticas, a doença é desencadeada por situações que afetam o emocional, como o parto ou a perda de um emprego. Todavia, a maioria dos depressivos não sabe que tem o problema e também há outra parte da população que confunde o mal com ansiedade e tristeza.
Sintomas de depressão
De acordo o Dr. Antônio Geraldo da Silva, os primeiros sintomas da depressão são silenciosos e discretos. Com o passar do tempo, os episódios se intensificam, assim como os sinais. Confira os principais:
- Tristeza
- Falta de prazer
- Desesperança
- Diminuição da libido
- Apatia e cansaço
- Falta de vontade
- Incapacidade de trabalhar
- Dores que não respondem a tratamentos
- Alterações do sono (sonolência excessiva ou dificuldade para dormir)
- Alterações do apetite (comer pouco ou demais)
- Falta de concentração
- Perda de memória
- Ansiedade
- Delírio
Diagnóstico
Não há nenhum teste para depressão que consiga diagnosticar a doença corretamente, sendo o mais indicado se submeter à consulta com psiquiatra. “Esta é a melhor maneira de alguém saber se está com depressão. Muitos pacientes têm preconceito com a psiquiatria e acabam procurando psicólogos ou neurologistas para tratar o problema. Porém, só este especialista poderá atestar de maneira certeira o quadro e indicar o tratamento mais adequado”, ressalta o presidente da ABP.
Também é necessário realizar exames para descartar a possibilidade de doenças que se confundem com a depressão por apresentarem sintomas semelhantes, como o hipotireoidismo, além de outros transtornos psicológicos.
Outro ponto importante é que, sempre que possível, familiares devem participar das consultas com o depressivo a fim de entender sua situação e fornecer o apoio necessário para que o tratamento tenha sucesso.
Depressão e ansiedade
A ansiedade é um sintoma presente na depressão, o que pode confundir pessoas leigas quanto ao diagnóstico. “A diferença está nos sinais. O transtorno de ansiedade não tem o aspecto da tristeza, falta de vontade e prazer, diferente da depressão”, explica Antônio Geraldo da Silva.
Tenho depressão, e agora?
Após a doença ser atestada, é recomendado tomar antidepressivos e fazer psicoterapia. “Diferente do que grande parte das pessoas pensa, os medicamentos antidepressivos não viciam. Alguns realmente acarretam efeitos colaterais, como insônia ou sonolência, mas mesmo assim são a melhor alternativa para amenizar o problema”, explica o Dr. Antônio Geraldo da Silva.
Um tratamento complementar eficaz é a prática de atividades físicas contra depressão, visto que ele faz com que o organismo libere substâncias que relaxam o sistema nervoso e dão prazer.
Mais sobre depressão
- Depressão pós-parto no Brasil: estudo revela que 26% das mulheres têm
- Subtipos de depressão: veja características de cada uma das 4 vertentes
- Paciência e atenção: saiba como lidar com parentes em depressão