Como o refrigerante age no organismo: perda de cálcio, acúmulo de gordura e outros riscos

por | jun 30, 2016 | Saúde

Que o refrigerante faz mal para a saúde você certamente já ouviu alguém dizer. Mas explicar como cada uma das suas substâncias prejudica as diferentes partes do corpo humano é outra história, que nós te contamos a seguir.

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Ação do refrigerante no corpo humano 

Perda de cálcio 

Os refrigerantes de cola possuem fosfato, uma substância presente em muitos alimentos, mas especialmente abundante nesse tipo de bebida. O grande problema do consumo exagerado de fosfato está relacionado à perda de cálcio em nível renal.

“Para que o fosfato seja reutilizado e enviado para funções corporais pelos rins, acaba havendo eliminação do cálcio, pois a reabsorção de um só acontece com a excreção do outro”, explica o nutrólogo Roberto Navarro, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.

Enfraquecimento dos ossos 

Os alimentos que possuem pH ácido são chamados de acidificantes. Quando eles são ingeridos, o pH do sangue também fica mais ácido e o corpo precisará usar de um artifício para ajustá-lo. A solução é retirar o bicarbonato de cálcio dos ossos, substância alcalina que tornará o sangue neutro.

Caso a dieta seja de consumo excessivo de refrigerantes e outros alimentos acidificantes, como o açúcar, as chances de osteoporose aumentam.

Ação da cafeína 

O refrigerante possui cafeína, mas em quantidades menores que o cafezinho, por exemplo. O problema que a cafeína do refrigerante pode causar para a saúde está relacionado ao consumo excessivo. Cada 300 ml da bebida tem cerca de 30 mg da substância. A dose diária de cafeína não deve ultrapassar de 300 mg por dia.

“Se consumida com moderação, a cafeína tem efeitos benéficos à saúde como a prevenção da degeneração cerebral”, explica Roberto Navarro. Mas, em excesso, ela pode ter efeitos com agitação, insônia, dor de cabeça e taquicardia.

Efeito cancerígeno 

Estudos recentes estão apontando o corante caramelo, amplamente utilizado na indústria alimentícia, como uma substância potencialmente cancerígena. O causador da doença seria o 4-metil-imidazol, substância química que mostrou-se tóxica e causou câncer em pesquisas feitas com animais. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que a quantidade do composto nos refrigerantes está dentro dos limites aceitáveis.

Acúmulo de gordura e diabetes

Uma lata de Coca-Cola tem aproximadamente 35 gramas de açúcar. O consumo de açúcar por dia deve ser de no máximo 25 gramas por dia para que não haja prejuízos à saúde. Isso faz com que uma única latinha já seja danosa ao organismo.

Cerca de 20 gramas do açúcar do refrigerante são provenientes do xarope de milho.  “O açúcar como esse, do tipo frutose, precisa passar pelo fígado para ser utilizado”, explica o nutrólogo. “Em excesso, essa substância sobrecarrega o fígado e dá origem a triglicérides e gordura”.

Caso o consumo seja prolongado e excessivo, predispõe o aparecimento de doenças como obesidade, diabetes, acúmulo de gordura no fígado, entre outras.

Ação do sódio 

Ao contrário do que costuma se pensar, o refrigerante não é dos alimentos mais ricos em sódio. Industrializados como sopas prontas, caldos de legumes e até margarinas podem conter maiores quantidades da substância. Há cerca de 13 mg em 250 ml do refrigerante normal 28 mg em 200 ml da versão zero.

A recomendação é que se consuma diariamente 1,5 gramas de sódio (o equivalente a 1.500 mg). É importante deixar claro que o consumo excessivo de sódio está intimamente relacionado com o aumento da pressão arterial.

Excitação do sistema nervoso 

Refrigerantes light e zero contêm o adoçante aspartame, um precursor da dopamina que, em excesso, causa sensação de euforia. Em 200 ml da coca zero, há 12 mg de aspartame.  O consumo limite, segundo o Ministério da Saúde, é de 40 mg por kg de peso. Assim, quem pesa 70 kg pode consumir até 2800 mg ou 2,8 gramas.

*Fontes: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos, Tabela de Composição Química dos Alimentos da Unifesp, cocacola.com.br, National Institues of Health.

O que diz a Associação de Indústrias de Refrigerantes

Após a publicação desta matéria a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não-Alcoólicas (Abir) enviou nota à redação em que afirma que:

  • “O efeito do fosfato sobre a absorção de cálcio é insignificante. O refrigerante não enfraquece os ossos (…)”. A Associação cita afirmações do do National Institute of Health (NIH) e o American Medical Association.
  • “O uso de corante caramelo IV nos refrigerantes observa rigorosamente os critérios definidos internacionalmente pela Comissão do Codex Alimentarius, e nacionalmente pela Anvisa.  (…)”
  • “A indústria brasileira de bebidas não utiliza xarope de milho em seus produtos. Todos os fabricantes fazem uso do xarope de açúcar de cana (…)”.
  • “A quantidade de açúcar presente em um copo de refrigerante é compatível com um estilo de vida saudável e equilibrado (…)”
  • “A quantidade de sódio presente nos refrigerantes representa um pequeno percentual do consumo diário máximo recomendado. (…) “
  • “O aspartame é aprovado para uso em bebidas e alimentos em praticamente todo o mundo há décadas, inclusive no Brasil, onde é aprovado pela Anvisa. (…)”