Células do câncer de mama se espalham de forma mais rápida durante a noite: estudo
Quando existe um tumor maligno do corpo, uma das possíveis consequências é que as células cancerígenas migrem pelo corpo até outras regiões, gerando uma metástase. Até hoje, acreditava-se que essas células cancerígenas se desprendiam de sua região de origem rumo a outros órgão incessantemente, mas um novo estudo aponta que a maioria delas circula no organismo no período da noite.
Células cancerígenas circulam pela corrente sanguínea no período da noite
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, descobriram que o surgimento de metástases acontece majoritariamente no período da noite. O estudo foi publicado no periódico científico Nature.
Foram colhidas amostras de sangue de 30 mulheres que estavam em diferentes estágios do câncer de mama. Metade delas foi coletada no período da manhã, e metade de noite, enquanto a pessoa dormia.
Após a análise, eles descobriram que a grande maioria das células que darão origem a metástases se "soltam" do tumor inicial para o organismo durante a noite. Até então, acreditava-se que elas se desprendiam a todo instante.
Eles também implantaram células tumorais em camundongos para investigar o fenômeno detalhadamente. As coletas foram feitas no mesmo período do estudo em seres humanos, e o resultado foi o mesmo.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que esse fenômeno tem ligação direta com o ritmo circadiano, que acontece tanto no corpo dos seres humanos quanto no dos camundongos e demonstra como o organismo se comporta nos períodos diurnos e noturnos. A liberação de hormônios, temperatura corporal e pressão arterial, por exemplo, variam de acordo com o momento do dia.
Além disso, os cientistas decidiram estudar se as células liberadas de dia eram diferentes das que foram liberadas à noite. A comparação mostrou que o material genético destas duas células não são iguais, e por conta disso as partículas liberadas de noite têm maior capacidade de formar metástases.
Vale ressaltar que a próxima meta dos pesquisadores é entender se este processo acontece em outros tipos de câncer que não os de mama.