Publicado em 15/05/2017; atualizado em 16/09/2017
https://www.instagram.com/p/BSuUy4vFGzU/?taken-by=marcelorezende.oficial&hl=pt-br
O apresentador do programa “Cidade Alerta” Marcelo Rezende morreu aos 65 anos, quatro meses após descobrir um câncer no fígado e pâncreas. Internado desde o dia 12 de setembro, no Hospital Moriah, após sentir dores, ele teve falência múltipla dos órgãos. O tumor agressivo afetou dois órgãos vitais.
O apresentador, que chegou a iniciar o tratamento de quimioterapia logo após a descoberta, desistiu do método tradicional e adotou um tratamento alternativo baseado em uma dieta anticâncer.
Câncer de Marcelo Rezende
Como ele descobriu?
http://www.instagram.com/p/BT3i_6VFm0e/
De acordo com o apresentador, os sintomas começaram a surgir cerca de um mês antes do diagnóstico. O primeiro foi cansaço ao acordar e o segundo foi a aversão a uma bebida que ele adora, o vinho, e a falta de apetite. “Eu fui abrir um vinho para tomar uma taça. Quando eu olhei o vinho, não quis, nem abri. Eu tomei um susto”, relembra.
Na semana seguinte, Marcelo foi submetido a uma bateria de exames. “O médico disse: ‘Eu não tenho uma boa notícia para você’. Deu que eu tinha um tumor no pâncreas que irradiou para o fígado”, comenta.
Câncer de pâncreas com metástase no fígado

O pâncreas age no processo digestivo e possui a função de produzir hormônios importantes, como a insulina. Já o fígado é responsável por metabolizar grande parte dos alimentos que ingerimos e processar remédios e hormônios.
O cirurgião oncologista Felipe Coimbra, diretor do departamento de cirurgia abdominal do A.C Camargo Câncer Center, afirma que o câncer de pâncreas é mais comum em homens, muito mais frequente em pessoas idosas e tem o tabagismo como um dos seus principais fatores causadores.
“Este câncer afeta pessoas com 60, 70 anos com muito mais frequência e o tabagismo é um fator de risco. Fumantes têm até 3 vezes mais chances de ter câncer no pâncreas”, explica o especialista.
Outro problema é que as chances de metástase na fase inicial são grandes, e o fígado é um dos principais órgãos afetados. “O fígado funciona como filtro do sangue que vem do abdômen, então é comum uma célula cancerígena ir de um órgão ao outro”, comenta o oncologista.
Sintomas
Na fase inicial, são poucos os sintomas, o que dificulta o diagnóstico da doença. “Pode haver alguma alteração na glicose. Se for um tumor um pouco maior, podem acontecer dores abdominais e nas costas. Quando o tumor surge na cabeça do pâncreas, pode acontecer também de a pessoa ficar amarelada. São sintomas que são confundidos com outras doenças facilmente”, explica Coimbra ao afirmar que esta fase também pode ser assintomática.
Perda de apetite, fadiga, náusea, mudanças no intestino, fraqueza e emagrecimento também são sintomas decorrentes de tumores abdominais, inclusive de tumores do pâncreas.
Além disso, obesidade e diabetes também podem ser sintomas, mas, principalmente, consequências da doença, já que podem surgir em consequência do mau funcionamento do pâncreas.
Caso a pessoa sinta algumas destas alterações, deve procurar um médico para que ele faça uma avaliação e, se necessário, a encaminhe a um especialista.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com exames de sangue, de imagem, como tomografia e ressonância magnética, e também com um exame chamado ecoendoscopia.
Com os resultados em mãos, o médico faz uma avaliação dos órgãos abdominais e indica, se necessária, uma biópsia.
Tratamento

“O tratamento depende muito do estadiamento da doença, que é a fase em que ela está. Se já aconteceu uma metástase ou são grandes os riscos de metástase, o mais indicado é a quimioterapia. A radioterapia e a cirurgia são mais indicados para um tratamento localizado”, explica Coimbra.
Contudo, em alguns casos, é necessário um tratamento combinado. Ou seja, o paciente inicia fazendo a quimioterapia para depois fazer uma cirurgia. “O tratamento precisa ser constantemente reavaliado para observar a resposta do paciente. As chances de cura dependem da resposta de cada um ao tratamento”, comenta o oncologista do A.C Camargo.
Câncer no pâncreas tem cura?
Coimbra explica que o tipo mais comum de câncer no pâncreas é o adenocarcinoma e que as chances de cura são de 20% a 30%. Quando o tumor é neuroendócrino, a chance de controle a longo prazo é maior.
Por ser de difícil detecção, o câncer de pâncreas apresenta taxa de mortalidade alta. “Quando ocorre metástase, a sobrevida é de 5 anos na média. Mas não é possível estipular isso no início do tratamento porque depende muito da forma como o paciente reage ao tratamento. Existem casos de pacientes que vivem muito mais do que isso”, comenta o oncologista.
Alertas contra o câncer
- Chances de cura do câncer é de pelo menos 80% com terapia-alvo
- 9 sintomas de câncer que a maioria das pessoas ignora
- Câncer de fígado: causas, sintomas e tratamento