Âncora do “Em Ponto”, telejornal da GloboNews, o jornalista José Roberto Burnier foi afastado e deve ficar longe das telinhas por alguns meses. Isso porque, segundo a coluna de Ricardo Feltrin, Burnier está com um câncer bucal – algo que teria descoberto há pouco tempo e motivado a licença da emissora para tratar a condição.
Câncer bucal: o que é
Também conhecido como câncer oral, esse tipo de doença afeta os lábios ou o interior da boca, podendo aparecer nas gengivas, na mucosa das bochechas, no céu da boca, na língua e embaixo dela (assoalho da boca). Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são registrados cerca de 14,7 mil novos casos anuais desse câncer, sendo 11,2 mil em homens e 3,5 mil em mulheres.
Ainda conforme informações do Inca, ele é mais comum em homens com mais de 40 anos (sendo então o quarto tumor mais frequente para o sexo masculino na região Sudeste do país) e a maior parte dos casos é diagnosticada quando a doença já está em um estágio avançado.

Câncer ou afta?
Ainda que esse tipo de câncer inclua outros possíveis sintomas (como nódulos no pescoço e rouquidão), seu principal sintoma é o aparecimento de feridas e manchas vermelhas ou esbranquiçadas que podem ou não sangrar no interior da cavidade bucal – e é aí que mora um dos maiores perigos, já que essas lesões são facilmente confundidas com aftas.
Com causas relativamente misteriosas e normalmente relacionadas ao sistema imunológico ou digestivo, as aftas são pequenas úlceras esbranquiçadas e cercadas por uma área avermelhada que aparecem na mucosa bucal nos mesmo lugares que os tumores podem aparecer. Apesar de parecidos, porém, a afta e o câncer de boca diferem quanto à cicatrização.

Segundo o cirurgião-dentista José Henrique de Oliveira, aftas costumam desaparecer sozinhas após um período de uma semana a 15 dias, enquanto, conforme informa o Inca, os tumores dificilmente cicatrizam completamente. Em geral, as feridinhas permanecem por mais de 15 dias, podendo sangrar e até mudar de tamanho com o passar do tempo.
Segundo o órgão, observar a boca é essencial para perceber possíveis anormalidades e prestar atenção nelas. Caso surja alguma ferida incomum – especialmente acompanhada de sintomas de um câncer mais avançado, como dificuldade de mastigar, engolir, falar e mover a língua, bem como sensação de ter algo preso na garganta -, a orientação é buscar um médico.
Causas
De acordo com o Inca, fatores como tabagismo (incluindo o uso de cigarro de palha, cachimbos e narguilé), consumo regular de álcool, exposição ao sol sem proteger os lábios, excesso de gordura corporal, infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e exposição a substâncias como óleo e corte, amianto, sílica, fuligem de carvão e poeira de madeira, de couro e de cimento estão ligados a um aumento no risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Prevenção e tratamento
Conforme informa o órgão, o melhor a se fazer para prevenir o surgimento deste câncer é evitar as possíveis causas – ou seja, não fumar nem exagerar no álcool, ter bons hábitos alimentares, incluindo muitas frutas, verduras e legumes nas refeições, manter uma higiene bucal adequada e usar preservativo para a prática do sexo oral (evitando assim a transmissão do HPV).
Para assegurar o êxito do tratamento, o Inca diz ser imprescindível diagnosticar o câncer em um estágio inicial, sendo assim necessário buscar auxílio médico a partir do surgimento de qualquer ferida ou sintoma incomum. Em geral, o tratamento é cirúrgico e consiste na remoção da lesão ou da área em que ela se encontra.
Dependendo da gravidade do caso – que será analisada pelo profissional a partir de exames complementares -, é possível substituir a cirurgia por radioterapia ou quimioterapia, ou ainda usar estas duas técnicas para complementar a operação.
