O Calendário Nacional de Vacinação serve como orientação para que todas as vacinas obrigatórias sejam tomadas. Mas são tantas as imunizações que a confusão é quase inevitável. Caso a caderneta seja perdida, então, a bagunça é maior ainda. Fizemos um guia básico para ajudar na organização. Veja, a seguir, em que grupo você se encaixa e cheque se ficou faltando alguma dose. Todas elas são oferecidas gratuitamente pelo sistema público de saúde brasileiro.
Vacinas para crianças (0 a 10 anos)
Vacina BCG
Essa vacina, que é dada em dose única ao nascer, protege contra a tuberculose. Caso ela não seja administrada ainda nos primeiros dias de vida, ela deverá ser dada o quanto antes.
Hepatite B
A primeira dose da vacina contra hepatite B é dada isolada de outras imunizações logo ao nascer. As outras 3 doses posteriores virão incluídas na vacina pentavalente.
Hepatite A
Recentemente incluída no Calendário Nacional de Vacinação, a imunização contra hepatite A deve ser dada em dose única aos 15 meses de vida.
Vacina pentavalente
A vacina pentavalente engloba proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a Haemophilus influenzae B, bactéria relacionada à pneumonia, meningite, infecções de nariz, garganta e outras partes do corpo.
O esquema vacinal proposto pelo Ministério da Saúde é composto por 3 doses dadas aos 2, 4 e 6 meses de idade e 2 reforços dados aos 15 meses e aos 4 anos.
Vacina da poliomielite: VIP/VOP
Essa imunização previne a poliomielite, doença causada por vírus que atinge os nervos, causando paralisia.
Em 2012, foi incorporada à vacinação no Brasil a vacina inativada poliomielite (VIP), que visa minimizar os riscos da vacina oral poliomielite (VOP), que contém o vírus vivo atenuado. A VIP é dada por injeção aos 2, 4 e 6 meses. O reforço é feito com a VOP aos 15 meses e aos 4 anos.
Pneumocócica conjugada 10-valente
São dadas duas doses aos 2 e 4 meses e um reforço aos 12 meses da vacina que previne doenças causadas por 10 tipos diferentes de pneumococo, como pneumonia, meningite e otite.
Vacina contra rotavírus humano
A vacina, que é oferecida em duas doses (aos 2 e 4 meses) pelo sistema público de saúde, previne a rotavirose, infecção viral que pode causar diarreia grave em crianças com menos de 5 anos.
Meningocócica C
Essa vacina, que protege contra o meningococo C, causador de meningite, é dada em duas doses – aos 3 e 5 meses –, mais reforço, aos 12 meses.
Vacina da febre amarela
Quem mora ou vai viajar para regiões com endemia de febre amarela deve tomar a vacina que previne a doença. Isso vale também para as crianças, que devem tomar uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.
Tríplice viral e tetra viral
A tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola e é dada em uma dose aos 12 meses. Sua segunda dose é administrada na vacina tetra viral que, além de proteger contra sarampo, caxumba e rubéola, evita a varicela (catapora).
Vacina contra HPV
A vacina do HPV é distribuída pelo Ministério da Saúde para meninas com idade entre 9 e 14 anos em duas doses, que devem ser dadas com intervalo de 6 meses. Ela previne câncer de colo de útero, boca, ânus, vulva, vagina e pênis, além de verrugas genitais.
Vacina da gripe
A vacina contra a gripe comum e H1N1 é oferecida para crianças com idade entre 6 meses e 5 anos em campanhas nacionais geralmente por volta do dia 20 de abril.
Na primeira vez em que é administrada, a vacina da gripe é feita em duas doses. Depois disso, é recebida uma dose anualmente.
Vacinas que não são obrigatórias
Existem vacinas que podem ser dadas às crianças e estão fora do Calendário Nacional de Vacinação. Entram nessa lista a vacina da gripe (Influenza) para a faixa etária não contemplada pela campanha nacional, meningocócicas A e B (que protegem contra dois micro-organismos causadores de meningite), a vacina isolada da catapora e, mais recentemente, as vacinas contra gripe H1N1 e dengue.
Vacinas para adolescentes (11 a 19 anos)
Vacina hepatite B
Quem não recebeu a vacina contra hepatite B quando era criança poderá tomá-la em um esquema de 3 doses quando for adolescente, adulto ou até idoso. As pessoas que não se lembram se tomaram ou não a vacina e/ou perderam a caderneta podem refazer a imunização.
Vacina febre amarela
Quem vai viajar ou mora em áreas endêmicas para febre amarela deve tomar a vacina, composta por uma dose e um reforço, dependendo da situação vacinal anterior.
Tríplice viral
O adolescente que não foi vacinado na infância ou recebeu apenas a primeira dose deve receber novamente essa vacina em um esquema de 2 doses para se proteger de sarampo, caxumba e rubéola. Vale lembrar que a segunda dose da tríplice viral é a tetra viral, quando é associada a vacina contra varicela.
Vacina HPV
Essa imunização é distribuída gratuitamente para meninas com idade entre 9 e 14 anos. Recentemente, meninos com 12 e 13 anos também foram incluídos no calendário vacinal contra HPV. São duas doses dadas com intervalo de 6 meses.
Vacina dupla adulto
A vacina que protege contra difteria e tétano deve ser dada a cada dez anos como reforço da pentavalente, tomada na infância.
Meningocócica C
Recentemente, a vacina meningocócica C passou a ser oferecida também para adolescentes. Nesse caso, é dada uma dose como reforço.
Vacinas que não são obrigatórias
O adolescente pode tomar, além das recomendadas pelo Ministério da Saúde, as vacinas contra dengue, meningococos B e ACWY, gripe, varicela, hepatite A e H1N1. Tudo a depender da imunização anterior, fatores que o tornem mais suscetíveis às doenças e a recomendação de um médico de confiança.
Vacinas para adultos (20 a 59 anos)
Hepatite B
Os adultos que não a receberam quando eram crianças ou não sabem se receberam podem refazê-la em esquema de 3 doses quando adultos.
Vacina febre amarela
Quem for viajar ou morar em regiões endêmicas e não recebeu a vacina antes deve tomá-la em esquema de uma dose e um reforço.
Tríplice viral
O adulto que não foi vacinado quando criança ou recebeu apenas uma dose da imunização deve receber uma dose da tríplice viral até os 49 anos para evitar sarampo, caxumba e rubéola. Lembre-se: a segunda dose da tríplice viral na infância é a tetra viral.
Dupla adulto
Essa imunização serve como um reforço à vacina pentavalente, dada na infância, e deve ser administrada a cada 10 anos para prevenir difteria e tétano.
Vacinas que não são obrigatórias
A vacina contra HPV pode ser tomada por pessoas que não a receberam quando eram crianças ou adolescentes. As vacinas contra dengue, gripe e gripe H1N1 também podem ser tomadas na rede particular. As vacinas meningocócicas, da hepatite A e contra o herpes zóster também podem ser tomadas em situações específicas.
Vacinas para gestantes
Hepatite B
Caso a gestante não tenha recebido essa vacina quando criança, ela deverá recebê-la em um esquema de 3 doses.
Dupla adulto
Essa vacina, que serve como um reforço à pentavalente, prevenindo contra difteria e tétano, deve ser recebida a cada 10 anos. Caso a gestante não saiba se a tomou ou não, deverá recebê-la em 3 doses.
dTpa
Deve ser dada em uma dose entre a 27ª e 36ª semanas de gestação como um complemento ou reforço à vacina dupla adulto. Ela serve para proteger contra difteria, tétano e coqueluche e permite a transferência de anticorpos contra a coqueluche para o bebê.
Vacina da gripe
A vacina contra a gripe comum e H1N1 é oferecida para gestantes em campanhas nacionais, geralmente por volta do dia 20 de abril.
Vacinas contraindicadas para gestantes
Grávidas não devem tomar vacinas contra febre amarela, tríplice viral, HPV, varicela e dengue.
Vacinas para idosos (a partir de 60 anos)
Hepatite B
O idoso que não recebeu ou não sabe se recebeu essa vacina quando era criança poderá tomá-la novamente em 3 doses.
Vacina febre amarela
Ela é obrigatória para o idoso que vai viajar ou morar em regiões endêmicas e não a recebeu anteriormente. O esquema vacinal é composto por uma dose e um reforço.
Dupla adulto
Reforço da pentavalente recebida na infância, essa vacina deve ser recebida a cada 10 anos com o objetivo de evitar difteria e tétano.
Vacina da gripe
A vacina contra a gripe comum e H1N1 é oferecida para idosos em campanhas nacionais geralmente por volta do dia 20 de abril.
Vacinas que não são obrigatórias
Outras vacinas que podem ser recebidas por idosos, dependendo de esquema vacinal anterior e de situações específicas, são as vacinas pneumocócicas, meningocócicas, a tríplice viral e contra herpes zóster.
*Fonte: Ministério da Saúde
Tudo sobre vacinas
- Vacina contra a gripe: tire todas as suas dúvidas
- H1N1: entenda as diferenças entre a vacina do SUS e da clínica particular
- Vacina da dengue: quanto custa e quem pode tomar